A importância sistemática do sumo bem como operador de passagens e da unidade da razão pura em Kant

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cortes, Rafael da Silva
Orientador(a): Hamm, Christian
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213317
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo sustentar que o conceito de Sumo Bem engendra uma importante função dentro da totalidade sistemática da filosofia de Kant. Para tanto, nos pautamos, principalmente, em obras do próprio autor, e também em trabalhos de renomados estudiosos da filosofia kantiana. Ao longo deste estudo, foram expostos argumentos e contra- argumentos às posições apresentadas com o intuito de tornar a tese deste trabalho nítida, consistente e legítima. Para tanto, inicialmente são reconstruídos os principais argumentos de Kant a respeito de sua teoria crítico-transcendental, cujo propósito declarado fora empreender uma análise pormenorizada das capacidades cognitivas humanas e, consequentemente, demonstrar quais as condições possíveis para falarmos sobre o conhecimento humano de maneira legítima. Consequentemente são apresentados os argumentos e os elementos fundamentais de sua teoria moral, sobretudo o conceito de Sumo Bem, o qual é considerado pelo autor como o objeto incondicionado da razão pura, na medida em que reúne os conceitos cardeais da metafísica: Deus, imortalidade da alma e liberdade. O referido conceito é formado por dois elementos, a moralidade ou virtude, enquanto expectativa humana de ser moralmente feliz, e a efetivação da felicidade conforme seu mérito moral. Ademais, analisamos o princípio da conformidade a fins e a faculdade de julgar reflexionante através dos quais, de acordo com Kant, podemos pensar a natureza como se ela possuísse fins, ou seja, como se fosse organizada como um sistema orgânico vivo. Demonstrou-se que é também em virtude da faculdade de julgar reflexionante e de seu princípio a priori da conformidade a fins que pensamos o Sumo Bem como o fim terminal da natureza. Finalmente, apresenta-se a tese principal sustentada neste trabalho através de três argumentos: o primeiro afirma que o Sumo Bem é sistematicamente relevante para a totalidade do projeto filosófico de Kant, e não apenas para etapas específicas, como sua filosofia moral; o segundo que a importância sistemática desse conceito decorre do fato de que, através dele, o autor opera diferentes passagens e unidades em sua teoria filosófica; por fim, o terceiro argumento em favor da tese deste trabalho sustenta que a passagem mais importante operada pelo Sumo Bem diz respeito às diferentes etapas da exposição filosófica de Kant e que, assim, o autor lança nova luz à possibilidade da metafísica adquirir status filosófico-científico.