Avaliação morfológica e funcional das alterações neuro vasculares retinianas em pacientes com diabetes mellitus pós-transplante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Chaves, Anne Elise Cruz do Carmo
Orientador(a): Lavinsky, Daniel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/282850
Resumo: Introdução: A Diabetes Mellitus Pós-Transplante (DMPT) surge após transplante de órgão sólido em pacientes sem histórico de diabetes, sendo uma complicação metabólica grave e multifatorial, relacionada ao aumento do risco de infecções, doenças cardiovasculares, mortalidade e falência do enxerto. Estudo prévio encontrou que as complicações microvasculares tardias no DMPT apresentam curso clínico mais brando, com ausência de sinais clínicos de retinopatia diabética (RD). Objetivos: Avaliar as características anatômicas e funcionais das alterações neurovasculares de pacientes com diagnóstico de DMPT após transplante renal comparado a grupo controle de pacientes pós transplante sem diagnóstico de DMPT. Metodologia: Foi conduzido no Hospital de clínicas de Porto Alegre (HCPA) estudo longitudinal prospectivo e retrospectivo envolvendo coorte de pacientes que realizaram transplante renal entre 2000 e 2011. Para recrutamento de participantes foi utilizado banco de dados de estudo prévio envolvendo pacientes transplantados renais há mais de 5 anos e com desenvolvimento de DMPT e grupo controle de transplantados sem DMPT. Na etapa retrospectiva foram analisados dados de SSOCT (Swept-source Optical Coherence Tomography) e OCT-A (OCT Angiography) coletados em 2016 e 2017. Na fase prospectiva foram realizadas duas novas visitas clínicas com realização acuidade visual ETDRS, perimetria fundoscopica automatizada (PFA), além de novos exames de SS-OCT e OCT-A. Resultados: Em análise transversal foi encontrada diferença nos níveis de sensibilidade foveal no grupo DMPT (p=0.041) e média/alta correlação entre a redução de espessura retiniana ao OCT e de camada de células ganglionares e a sensibilidade à PFA. Na avaliação longitudinal, em amostra com média de tempo pós transplante de 14 anos foi observada mortalidade de 33% no grupo DMPT e presença de edema macular cistoide em 16%. Indivíduos com DMPT apresentaram redução significativa de espessura retiniana em camadas GLC+ e GLC++ além de apresentarem aumento de Zona Foveal avascular superficial (FAZ-S). Na análise retrospectiva foi observado que os pacientes com DMPT que faleceram ao longo do estudo apresentavam aumento de de FAZ-S e Zona Avascular Foveal Pronfunda (FAZ-P) nos exames iniciais quando comparados aos com DMPT que seguiram vivos. Conclusão: Apesar da retinopatia diabética em DMPT apresentar um curso mais indolente, identificamos a presença de edema macular cistoide e dano neural precoce, com redução na espessura retiniana de camada de células ganglionares. Foi identificado aumento da FAZ e associação deste achado com piores desfechos de sobrevida. A relevância longitudinal dos resultados foi limitada pela perda de amostra durante a pandemia de COVID-19, destacando a necessidade de mais estudos para compreender plenamente a progressão da doença e validar biomarcadores possivelmente úteis para prognóstico clínico.