Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Santos, Aline Longoni dos |
Orientador(a): |
Matté, Cristiane |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/224111
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Resumo: |
A vitamina D é um pró-hormônio que, além de desempenhar um papel essencial na homeostase do cálcio e do metabolismo mineral ósseo, recentemente tem sido relacionada a uma grande variedade de funções biológicas, tais como a regulação da proliferação e da diferenciação celular, a modulação imunológica, o desenvolvimento cerebral e a redução do risco de desenvolvimento de alterações cardiovasculares. Por outro lado, existe atualmente um descontrole na utilização de suplementação vitamínica, incluindo de vitamina D, o que pode levar a intoxicações, cujos efeitos celulares ainda são pouco estudados. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito de diferentes doses e concentrações de colecalciferol e calcitriol em estudos in vivo e in vitro, respectivamente, sobre parâmetros de estresse oxidativo em coração, fígado e cérebro de ratos. Inicialmente, verificamos se a administração sistêmica de vitamina D, por 21 dias, afeta as defesas antioxidantes e os parâmetros de dano oxidativo em ratos Wistar. Foi utilizada suplementação de vitamina D3 em uma dose limítrofe e uma dose suprafisiológica (5.000 ou 30.000 UI/Kg/dia, respectivamente). Nossos dados demonstram que a suplementação de vitamina D3 possui efeitos tóxicos quando administrada em doses suprafisiológicas, e parece ser segura quando em doses limítrofes. O músculo cardíaco apresentou apenas uma redução dos produtos de lipoperoxidação em ratos tratados com a dose de 30.000 UI/Kg/dia, enquanto a menor dose não alterou nenhum dos parâmetros avaliados. O fígado apresentou um aumento nos níveis de carbonilas em ambas às concentrações, bem como um desequilíbrio na atividade antioxidante enzimática em animais tratados com a dose mais alta. O cérebro, especialmente o córtex, foi afetado em animais tratados com a dose de 30.000 UI/Kg/dia, apresentando um desequilíbrio nas defesas antioxidantes, apesar de termos verificado uma redução na oxidação de lipídeos e proteínas em córtex e hipocampo. Nosso próximo objetivo foi detectar a contribuição do 1α,25(OH)2D, o metabólito mais ativo da vitamina D, sobre as alterações causadas pela administração da vitamina D no status redox dos mesmos tecidos. Foi avaliado o efeito da incubação, à 37ºC em banho metabólico, de fatias de coração, fígado, córtex cerebral e hipocampo provenientes de ratos saudáveis, em meio contendo calcitriol (1α,25(OH)2D) nas concentrações de 50-1.000 nM. Nossos resultados mostraram, que mesmo altas concentrações de 1α,25(OH)2D protegem o tecido cardíaco do dano oxidativo e incrementam o status antioxidante, enquanto o fígado foi pouco afetado. O cérebro sofreu um significante desequilíbrio nos parâmetros de estado redox, evidenciadas por alterações oxidativas em lipídeos e na modulação da atividade de enzimas antioxidantes. Nossos dados permitem concluir que a 1α,25(OH)2D modula o estado redox de forma diferente no cérebro, fígado e coração. Em adição, os efeitos verificados in vivo, por meio da administração da vitamina D3, são conflitantes quando comparados com os dados obtidos pela ação direta do calcitriol, indicando que possivelmente os efeitos sistêmicos da vitamina D não são atribuídos apenas ao 1α,25(OH)2D, e podem ser o resultado de um efeito combinado dos metabólitos da vitamina D. Os achados aqui expostos trazem um importante alerta em relação à suplementação com vitamina D, que em altas doses pode causar alterações oxidativas em cérebro e fígado. |