Risco de adoecimento dos profissionais da Atenção Primária à Saúde frente ao contexto de trabalho pela pandemia da COVID-19 em um município da região central do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pinto, Vitória Lovato
Orientador(a): Tavares, Juliana Petri
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276390
Resumo: Introdução: No Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) tem a finalidade de oferecer atendimento resolutivo, longitudinal e coordenação do cuidado no Sistema Único de Saúde. Na Pandemia da Coronavirus Disease 19 (COVID-19), destacam-se a promoção da saúde, prevenção das infecções e imunização. Nesse serviço, os profissionais possuem elevada demanda de trabalho e estão expostos a riscos de adoecimento. Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde (MS) lançou as “Recomendações de proteção aos trabalhadores dos serviços de saúde no atendimento de COVID-19 e outras síndromes gripais”. Objetivo: Analisar a implementação das medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito laboral da Atenção Primária à Saúde na Pandemia da COVID-19, e a sua associação com o contexto de trabalho e o risco de adoecimento dos profissionais de saúde em um município da região central do Rio Grande do Sul (RS). Método: Estudo transversal, descritivo e analítico, de abordagem quantitativa. A amostra foi composta por trabalhadores da saúde (n=77) de quatorze unidades de APS. A coleta dos dados ocorreu de setembro de 2021 a fevereiro de 2022 pela aplicação de questionário com variáveis sócio-laborais e de saúde, e um Checklist elaborado a partir das Recomendações do MS composto por Ferramentas de Apoio e Medidas de Engenharia, Administrativas e de Gestão de Recursos Humanos. Além disso, aplicaram-se as quatro escalas do Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA).Para análise estatística utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences, considerando significância de 5% (p≤0,05). Aprovado pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CAAE 47867221.3.0000.5347). Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: A maioria dos participantes eram do sexo feminino (74%), de raça/cor branca (84,4%) e média de idade de 44,8 (±10,64). Sobre a saúde, 72,7% não pertenciam ao Grupo de Risco, 49,4% residiam com pessoas desse grupo e 61% não se afastaram por nenhum sintoma respiratório. Predominaram os Agentes Comunitários de Saúde (42,9%) e Enfermeiras(os) (15,6%), a maioria possuíam Ensino Médio Completo (46,8%) e contabilizavam 40 horas semanais de trabalho (75,3%). Sobre as recomendações, a capacitação sobre síndromes gripais (67,5%) não foi contemplada nas Ferramentas de Apoio. Dispensadores álcool gel (79,2%) e espaço de higiene de mãos (58,4%) foram implementados nas Medidas de Engenharia. Para as Medidas Administrativas, as atividades presenciais foram substituídas por virtuais (59,7%). Na Gestão de Recursos Humanos, os trabalhadores em licença não foram substituídos por outros (70,1%). As escalas de Contexto de Trabalho e Custos Humanos apresentaram avaliações críticas, assim como os domínios Esgotamento Profissional e Danos Físicos. Sobre as correlações, destacaram-se as associações inversas entre as Condições de Trabalho com as Medidas Administrativas (r = -0,60, p=0,000) e com as Medidas de Engenharia (r= -0,57, p=0,000), quanto menos recomendações foram implementadas, piores foram as avaliações das condições de trabalho. Conclusão: O contexto laboral apresentou riscos de adoecimento na APS durante a pandemia da COVID-19, os quais se relacionaram à não implementação das recomendações do MS para proteção dos trabalhadores em um município da região central do RS.