Palinoestratigrafia do poço CBM-001-ST-RS (jazida carbonífera de Santa Terezinha, Rio Grande do Sul), permiano da Bacia do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bender, Rafael Reis
Orientador(a): Souza, Paulo Alves de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268309
Resumo: Em virtude da ausência de fósseis correlacionáveis com tabelas de tempo internacionais, palinomorfos têm sido utilizados como principal recurso na elaboração de esquemas bioestratigráficos na Bacia do Paraná. Para o Permiano da bacia, duas zonas de intervalo foram estabelecidas: Vittatina costabilis e Lueckisporites virkkiae, em ordem estratigráfica ascendente. Este trabalho apresenta uma avaliação da aplicabilidade e precisão das zonas supracitadas, fundamentada na caracterização palinológica do poço CBM-001-ST-RS, perfurado na região carbonífera de Santa Terezinha, Rio Grande do Sul. Lâminas de 36 níveis estratigráficos, relacionados às formações Rio Bonito, Palermo, Irati e Serra Alta, foram confeccionadas e analisadas, de modo a identificar a composição das assembleias palinológicas. Um total de 61 táxons foi identificado, sendo 16 relacionados a esporos, 36 a grãos de pólen, 8 a elementos algálicos e 1 a fungos. Os estratos mais basais da Formação Rio Bonito caracterizam-se por uma palinoflora dominada por esporos e algas, evidenciando um paleoambiente costeiro com predomínio de vegetação pteridofítica e higrófila. A partir da porção superior desta unidade, grãos de pólen bissacados e poliplicados passam a dominar as assembleias, indicando predomínio de vegetação gimnospérmica, melhor adaptada a temperaturas elevadas e a condições de estresse hídrico. A distribuição estratigráfica de certos táxons é diferente daquela constante no zoneamento vigente. Hamiapollenites karrooensis, espécie característica da Zona Vittatina costabilis, é identificada coexistindo com Lunatisporites variesectus, marcador da zona sobrejacente. A comparação dos dados obtidos a partir do material estudado com trabalhos palinológicos desenvolvidos em outras localidades do Rio Grande do Sul revela variações na distribuição estratigráfica de certos táxons-guia, cuja ocorrência pode ser atribuída a condições regionais, como a preservação do registro estratigráfico e fatores paleoambientais. Sugere-se que a abundância e a ocorrência consistente de certas espécies poderiam constituir um parâmetro bioestratigráfico mais eficiente que seu primeiro aparecimento. Zoneamentos realizados em regiões vizinhas à Bacia do Paraná apresentam diferentes graus de compatibilidade com o material estudado, mas refletem uma evolução microflorística semelhante.