Estudo in vitro da atividade antitumoral do ditelureto de difenila e mecanismos de ação relacionados em células tumorais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Juchem, André Luiz Mendes
Orientador(a): Henriques, João Antonio Pêgas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/250242
Resumo: O câncer colorretal (CCR) é uma doença de grande impacto econômico e social, principalmente em países emergentes, ocupando a posição de terceiro lugar entre as neoplasias malignas mais frequentes no mundo, além de apresentar elevada taxa de mortalidade. Nesse cenário, os compostos organotelurados (OT) se apresentam como agentes com potencial futuro emprego na terapia antitumoral. O ditelureto de difenila (DTDF), um composto OT, induziu citotoxicidade, genotoxicidade, clastogenicidade e parada do ciclo celular em células de mamífero (V79) reportado em estudos. Esses efeitos, em parte, são devido a inibição da enzima topoisomerase I (TOP1) e indução de estresse oxidativo, os quais sugeriram a possibilidade de investigar a ação citotóxica dessa molécula em células de câncer. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do DTDF em HCT116 (CCR) em comparação a células não tumorais MRC5 (fibroblasto humano), determinando possíveis mecanismos de ação que estão envolvidos no processo citotóxico. Os resultados indicaram que as células HCT116 são mais sensíveis aos efeitos citotóxicos do DTDF quando comparadas à linhagem MRC5. Nesta direção, também ocorreu a diminuição da viabilidade celular em células HeLa expostas ao DTDF. No contexto de morte celular, foi observada a indução de apoptose nas linhagens HCT116 e HeLa expostas ao DTDF por 24 e 48 h, sendo que o processo apoptótico ocorreu de maneira dependente de caspases. Além disso, nas linhagens HCT116 e MRC5 tratadas com o DTDF ocorreu a parada no ciclo celular, expressa pelo acúmulo de células em fase G2/M em 24 e 48 h de exposição. Esses efeitos observados podem ser consequência de danos no DNA, e a avaliação pelo ensaio cometa mostrou o aumento de danos de DNA em HCT116 e MRC5 expostas ao DTDF em relação ao controle em ambas as condições de 3 e 24 h. De modo interessante, foi constatado que o aumento de quebras duplas de DNA foi induzido em HCT116 e HeLa expostas ao DTDF por 1 h, efeito que foi verificado pelo aumento da fosforilação da histona H2AX, ocorrendo principalmente em células que se encontram em fase S do ciclo celular. Uma causa possível da formação de quebras duplas é a inibição de TOP1 e/ou indução de estresse oxidativo. Tendo isso em vista, foi observado que a exposição de HCT116 e MRC5 ao DTDF levou a estabilização de complexos clicáveis de topoisomerase I (ccTOP1), indicando efeito de inibição da enzima TOP1 do tipo poison. A exposição das células HCT116 e MRC5 ao DTDF por 3 e 24 h induziu o aumento de estresse oxidativo, verificado pelo aumento de espécies reativas de oxigênio (EROs). Os resultados apresentados nesse estudo apontam os mecanismos de ação que induzem a formação de quebras duplas de DNA induzidos pelo DTDF em células replicativas, efeito que pode ser explicado pela estabilização de ccTOP1 e indução de EROs. Como consequência destes efeitos, a diminuição de viabilidade celular e indução de processo apoptótico por via de caspases induzidos pelo DTDF afirmam o efeito antiproliferativo em células de CCR e o potencial dessa molécula de ser aplicada na terapia antitumoral.