Avaliação do efeito antiproliferativo do ditelureto de difenila em células de câncer colo retal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Juchem, André Luiz Mendes
Orientador(a): Henriques, João Antonio Pêgas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/158498
Resumo: O câncer colorretal (CCR) é o terceiro tipo de neoplasia maligna mais frequente no mundo, o qual apresenta elevadas taxas de mortalidade. Os compostos organotelurados (OT) possuem interessantes efeitos biológicos, como potenciais antioxidantes e ações antiproliferativas. O ditelureto de difenila (DTDF), um composto OT, simples e estável, atualmente é investigado quanto aos seus efeitos biológicos. Em estudos anteriores, o DTDF apresentou ação antigenotóxica e antimutagênica em baixas concentrações. No entanto, em concentrações mais elevadas, o DTDF mostrou-se citotóxico em células de mamífero (V79) pela indução de genotoxicidade, parada do ciclo celular e inibição de topoisomerase I (TopoI). Por conseguinte, a citotoxicidade dos compostos OTs tem sido explorada em diversos estudos, assim como sua ação como agentes antiproliferativos em terapias anticâncer é também investigada. O objetivo deste estudo é avaliar o potencial antiproliferativo, genotóxico e análise de ciclo celular do DPDT em linhagens de células humanas HCT116 (carcinoma) e HT-29 (adenocarcinoma). Os resultados mostraram diminuição da viabilidade celular após exposição ao DTDF por 72 horas em ambas as linhagens celulares, avaliadas por MTT e ensaio clonogênico. Os valores de IC50 obtidos foram de 10,74 e 2 μM para MRC5 e HCT116, respectivamente, no ensaio MTT. No ensaio cometa, o DTDF mostrou capacidade de induzir aumento de índice de dano (ID) no DNA com 10 μM após 3 e 24 horas de exposição, em MRC5 e HCT116. Para 24 horas de exposição, o aumento no ID ocorre apenas em células HCT116, em concentrações ≤ 5 μM de DTDF. Para uma melhor compreensão, foi avaliado se DTDF foi capaz de causar quebras ou interações diretas com DNA pelas análises de quebra de DNA plasmidial e de dicroísmo circular (DC). Não foram detectadas quebras duplas ou simples em concentrações que vão de 0 a 400 μM de DTDF pela análise de quebra de DNA plasmidial. No experimento de DC, na mesma faixa de concentrações, não foi possível detectar interações diretas de DTDF com o DNA plasmidial. Por citometria de fluxo, foi realizada a análise de ciclo celular, onde foi observado a parada em G2/M após 24, 48 e 72 horas de exposição em 5 e 10 μM de DTDF. Foi avaliado pelo método TARDIS se o DTDF foi capaz causar a inibição da enzima topoisomerase II (TopoII) em HCT116 e MRC5. Em 3 horas de exposição, em 5 e 10 μM, o DTDF não foi capaz de induzir formação de complexos DNA-TopoII. Os resultados mostraram que a linhagem HCT116 foi mais sensíveis aos efeitos citotóxicos do DTDF do que as células MRC5. Como foi demonstrado que o DTDF não é capaz de interagir diretamente com DNA, essa diferença pode estar relacionada com os efeitos genotóxicos indiretos, como estresse oxidativo ou inibição de TopoI, que levaram a parada em G2/M. Esses resultados fortalecem a hipótese de inibição de TopoI, visto que os mecanismos celulares do DTDF estão relacionados com seu efeito genotóxico e parada no ciclo celular. Assim, os resultados desse trabalho abrem possibilidades de estudos futuros para investigações mais aprofundadas de possíveis mecanismos de ação moleculares do DTDF em células de câncer colorretal.