Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Nouhuys, Iana Scopel van |
Orientador(a): |
Kubo, Rumi Regina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Espanhol: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/271930
|
Resumo: |
Em meio ao contexto de crises ambientais, políticas e ontológicas que são reproduzidas com a colonialidade, observa-se a insurgência de mulheres indígenas que, junto a plantas e outros elementos naturais, se levantam e exigem escuta. Como refúgios que precisam ser constituídos aos humanos e não humanos nesta era, a ecologia tradicional do povo Mbya Guarani apresenta alternativas ao desenvolvimento. Em meio a plantas e memórias, entre a autora e uma mulher indígena mbya guarani, a presente dissertação foi produzida. Realizou-se imersões no cotidiano socioambiental e político de mulheres guarani, as kunhangue, sobretudo em uma aldeia, tekoa, no extremo sul da Mata Atlântica, onde coabitam seres múltiplos que se interconectam por meio da espiritualidade e de mãos indígenas as quais produzem arte, alimento, remédio e cuidado. O conhecimento científico e etnoecológico tradicional é, além de belo, cada vez mais de alta relevância para compreender as fissuras que o senso comum generalista produz e infiltra nas culturas originárias. Partindo dessa aldeia, fez-se uma caminhada pela parcela riograndense do yvyrupa, espaço tradicional e transfronteiriço mbya guarani, junto a diversas outras mulheres desta etnia que, com metodologias próprias, interpelam e impõe limites à sociedade não indígena, jurua kuery, de forma elegante, coletiva, artística e espiritual. Os contatos intergeracionais indígenas colocam a memória dos mais antigos e antigas no centro das relações. A memória, que é biocultural e mitológica, fazendo uso de belas palavras, caminha do passado ao presente, para vislumbrar o futuro. Por meio de cantos, danças e conselhos aos mais jovens como ferramenta de resiliência, as mulheres guarani, junto a seu Povo e acompanhadas pelas plantas e outros seres, perpetuam o amor e a alegria como combustível para a continuidade da caminhada. |