Avaliação dos critérios ecográficos da adenomiose e sua sintomatologia em mulheres submetidas à histerectomia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cecchin, Eduardo José
Orientador(a): Cunha Filho, João Sabino Lahorgue da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259970
Resumo: Introdução: O consenso de especialistas Morphological Uterus Sonographic Assessment (MUSA) transcreveu critérios ultrassonográficos diretos e indiretos de adenomiose e padronizou seus achados de imagem. Poucos estudos correlacionaram os achados de imagem com sintomatologia ou perfil clínico das pacientes. Objetivo: Relacionar os achados ecográficos da adenomiose propostos pelo MUSA com a sintomatologia da doença. Métodos: Esta coorte retrospectiva foi realizada em pacientes maiores de 18 anos submetidas à histerectomia por qualquer via entre 2015 e 2020 e com suspeita clínica de adenomiose. As variáveis avaliadas foram divididas entre as características que definem o (1) perfil clínico das pacientes; (2) história ginecológica e obstétrica; (3) sintomas referidos relacionados à adenomiose; (4) achados anatomopatológicos das peças de histerectomias e (5) achados nos exames de imagem. As variáveis de imagem foram coletadas conforme o consenso MUSA. As pacientes receberam classificação em adenomiose confirmada ou não na histopatologia, além de classificação ecográfica em doença focal ou difusa e presença de adenomioma. Em primeiro momento foi determinada a prevalência dos achados ecográficos na amostra como um todo, bem como a sua relação com a sintomatologia da doença e perfil clínico das pacientes. Em seguida foi determinada a acurácia dos achados ecográficos de adenomiose utilizando o grupo com e sem doença confirmada no anatomopatológico. Resultados: Foram encontradas as frequências de achados ecográficos: heterogenicidade miometrial 95,4%, assimetria anteroposterior 28,3%, cistos miometriais 86,2%, sombra acústica em veneziana 38,2%, linhas ecogênicas subendometriais 62,5%, irregularidade da zona juncional 77,6% e áreas de interrupção da zona juncional 73%. O grupo com endometriose associada (10,5%) apresentou menor frequência de alterações visíveis na zona juncional (irregularidade da zona juncional 68,8% versus 88,3%; p=0,03; áreas de interrupção da zona juncional 56,3% versus 85,6% p=0,004, além de menor frequência de linhas ecogênicas subendometriais 46,7% versus 72,5%; p=0,04). O grupo com presença de cistos miometriais apresentou estatisticamente mais dismenorreia (65,2% versus 28,6% p=0,05). Observamos, em geral, baixa especificidade dos achados ecográficos, com valores mais altos encontrados respectivamente para sombra acústica em veneziana (83%) e assimetria de paredes uterinas (77%). Conclusões: A presença de cistos miometriais na ultrassonografia está mais relacionada à dismenorreia e pacientes com endometriose e adenomiose associada possuem menos alterações relacionadas à zona juncional.