Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Hoffmann, Maurício Scopel |
Orientador(a): |
Salum Junior, Giovanni Abrahão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/178979
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Resumo: |
Nas ultimas décadas, os desafios educacionais foram sendo modificados. Na medida que se consegue colocar a maioria dos jovens na escola, a ênfase pela quantidade da educação ofertada passa a ser por entender fatores associados a melhor qualidade educacional. A partir de meados do século XX, as habilidades cognitivas, como a inteligência, foram intensamente estudadas em sua relação com a educação. Mais recentemente, habilidades socioemocionais (não cognitivas) têm sido associadas com a promoção de maiores níveis educacionais que impactam nos níveis socioeconômicos, oriundos de melhoria das habilidades para o mercado de trabalho. Porém, não há clara definição do que poderiam ser as habilidades socioemocionais, sendo na maioria das vezes associadas a traços do funcionamento individual, como personalidade, temperamento ou até mesmo autoestima e baixos níveis de sintomas de transtornos mentais. Os artigos desta tese são relacionados a este tema, enquanto buscam avaliar a associação de medida unidimensional de comportamentos positivos em relação a aprendizagem e rendimento escolar (artigo #1), avaliar a estrutura de medidas multidimensionais de temperamento (artigo #2) e a relação dessas medidas com desfechos educacionais (artigo #3). Esses artigos utilizaram dados de um grande estudo comunitário realizado no Brasil, nas cidades de Porto Alegre e São Paulo – a Coorte de Alto Risco para Transtornos Psiquiátricos. O primeiro artigo avalia a distinção de sintomas mentais e traços gerais de comportamentos positivos e a modificação da associação deletéria de baixa inteligência e altos níveis de sintomas mentais em aprendizagem e rendimento escolar por habilidades positivas do comportamento. Este estudo avança no entendimento de que atributos positivos do comportamento de crianças e adolescentes são um construto distinto de sintomas de transtornos mentais e tem associações independentes com menor nível de problemas de aprendizagem e melhor rendimento acadêmico. Além disso, este estudo demonstra que os efeitos negativos de baixa inteligência e altos níveis de sintomas mentais na aprendizagem e rendimento acadêmico podem ser tamponadas por altos níveis de atributos positivos do comportamento. No segundo artigo é analisado um modelo de temperamento no qual inclui, além de dimensões clássicas, um fator de autoavaliação negativa, juntamente com suas associações a grupos de psicopatologias não comórbidas. Dentre os resultados, menor controle de esforço esteve associado com diversas categorias diagnósticas. De maneira específica, foi encontrado maior nível de autoavaliação negativa nos sujeitos pertencentes ao grupo diagnostico que inclui transtornos emocionais, bem como menor nível de timidez nos sujeitos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e maior nível de extroversão nos sujeitos com transtorno de conduta e de oposição e desafio. Esse estudo avança no sentido de apontar que autorrelato em sujeitos com determinados diagnósticos podem sofrer influência de uma maior tendência de se avaliarem negativamente, bem como é possível distinguir diagnósticos agrupados classicamente em transtornos externalizantes, através do temperamento. O terceiro artigo avalia as associações principais, independentes e interativas de dimensões do temperamento com desfechos escolares distintos. Neste estudo, demonstrou-se que o controle de esforço é associado à menor índice de eventos escolares negativos (suspensão, repetência e evasão escolar), bem como melhor rendimento escolar e habilidade de leitura e escrita. Esses efeitos foram independente da idade, sexo, nível socioeconômico, inteligência, sintomas mentais e outros temperamentos. No entanto, este estudo avança ao demonstrar que frustração e controle de esforço interagem para associarem-se a melhores níveis de habilidade de leitura. Especificamente, se o controle de esforço é baixo (ou frustração), níveis altos de frustração (ou controle de esforço) estão associados a melhor habilidade de leitura. Compreender as associações e distinções de medidas uni ou multidimensionais das habilidades não-cognitivas pode ser útil para a compreensão do papel destes construtos nas diferentes etapas do processo escolar, a fim de promover a elevação da qualidade educacional. |