Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Brasil, Marilda da Silva |
Orientador(a): |
Marroni, Norma Anair Possa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263749
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Resumo: |
A cirrose apresenta prevalência crescente e alta mortalidade em nosso meio e representa a fase final comum das lesões hepáticas crônicas. Essa doença é caracterizada pela presença de fibrose e formação nodular difusa com perda da arquitetura hepática e grave alteração funcional sistêmica. A dietilnitrosamina (DEN) é um agente hepatotóxico capaz de produzir cirrose com padrão histológico similar ao da cirrose em humanos por meio da produção de espécies reativas de oxigênio. Existem evidências crescentes, na literatura, que consolidam a melatonina (MLT) como um potente antioxidante. Esse hormônio é capaz de interagir com o complexo transportador de elétrons na cadeia respiratória, aceitando ou doando elétrons e inibindo a lipoperoxidação (LPO). Este estudo teve como objetivo investigar a ação da MLT sobre o estresse oxidativo (EO), o processo inflamatório e fibrogênico e o dano ao DNA no modelo experimental de cirrose induzido por DEN. Foram utilizados 32 ratos machos Wistar com peso aproximado de 180g, os quais foram submetidos ao modelo experimental de cirrose hepática induzida por DEN e divididos em quatro grupos: 1) Controle (CO); 2) Controle+Melatonina (CO+MLT); 3) Dietilnitrosamina (DEN); 4) Dietilnitrosamina+Melatonina (DEN+MLT). Foi administrada DEN 50 mg/kg de peso do animal por via i.p. (intraperitoneal), duas vezes por semana, durante sete semanas, nos grupos DEN e DEN+MLT. A MLT foi administrada por via i.p. na dose de 20 mg/Kg diariamente a partir da quinta semana de experimento até a sétima semana nos grupos CO+MLT e DEN+MLT sempre às 19 horas, ao abrigo da luz. Foi monitorado o ganho de peso durante o experimento. Ao término da sétima semana, após um jejum de 12h, os animais foram anestesiados. A seguir, foi realizada a remoção do fígado, o qual foi pesado e avaliado em seus aspectos anatômicos. A coleta de sangue em torno de 3 ml foi feita por meio de punção cardíaca, sendo a amostra transferida imediatamente para um frasco devidamente preparado para análises séricas posteriores. O tecido hepático foi dissecado para as análises histológica, bioquímica e molecular. Por fim, os animais foram eutanasiados por exsanguinação. As análises histológicas foram realizadas por meio da coloração hematoxilina e Eosina (HE) e Picrosirius. O sangue coletado foi utilizado para análise das enzimas de integridade hepática: alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST) e fosfatase alcalina (FA). O homogeneizado de tecido foi utilizado para análise de EO por meio da técnica de substâncias que reagem ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). As análises moleculares das proteínas a seguir foram feitas por Western Blot: superóxido dismutase (SOD), alfa actina do músculo liso (α-SMA), óxido nítrico sintase induzível (iNOS) e fator de transcrição nuclear Kappa B/porção 65 (NFkB/p65). Finalmente, os danos ao DNA foram analisados por meio do ensaio cometa (EC) e do teste de micronúcleos (MN). O modelo de cirrose hepática induzida por DEN foi eficaz em produzir as lesões hepáticas, e a MLT mostrou-se capaz de restaurar as provas de integridade hepática (ALT, AST e FA) para os níveis semelhantes ao do grupo CO. A MLT também restaurou o parênquima hepático diminuindo, a fibrose hepática e, consequentemente, os nódulos instalados o que ficou evidenciado pela diminuição na expressão de α-SMA. A MLT também diminuiu a LPO e aumentou a atividade da enzima antioxidante SOD. Observou-se diminuição do processo inflamatório evidenciada pela queda nos níveis de iNOS e NFkB/p65, e diminuição dos danos ao DNA, evidenciada pela técnica de EC. Os resultados sugerem que a MLT tem uma potente ação antioxidante e anti-inflamatória, podendo ser considerada, no futuro, como uma nova alternativa terapêutica. |