Associação entre obesidade e desfechos clínicos de pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva por COVID-19 : uma coorte retrospectiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Perez, Amanda Vilaverde
Orientador(a): Pellegrini, José Augusto Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277171
Resumo: O impacto da obesidade em pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva (UTI) com pneumonia por SARS-CoV-2 é incerto. O paradoxo da obesidade refere-se ao fato de pacientes com obesidade não apresentarem maior mortalidade quando internados em UTI, ao contrário do que ocorre em outros contextos clínicos. Outros estudos mostraram que a associação entre o índice de massa corporal (IMC) e a mortalidade em pacientes criticamente doentes segue uma curva em formato de U ou J. Por meio de uma coorte retrospectiva multicêntrica que incluiu dados de pacientes internados em UTIs de três hospitais de referência para tratamento de Covid-19 do Rio Grande do Sul, avaliamos a associação entre a mortalidade em pacientes criticamente doentes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por Covid-19 e o IMC. Para melhor entender o efeito da obesidade em pacientes criticamente doentes, elaboramos três modelos de regressão logística com variáveis associadas com mortalidade na análise univariada. Embora construídos com as mesmas variáveis, em cada modelo o IMC foi analisado de forma diferente (como variável contínua, variável categórica dicotômica ou categórica ordinal). Em um quarto modelo, foi comparado o modelo linear com uma regressão por cubic splines. A obesidade não mostrou associação com maior mortalidade em pacientes criticamente doentes com pneumonia por SARS-CoV-2. Além disso, pacientes com IMC menor que 25 kg/m² tiveram maior mortalidade hospitalar que aqueles nos demais estratos de IMC, mesmo após ajuste para fatores de confusão. A avaliação dicotômica da obesidade (IMC maior ou menor que 30 kg/m²) não alcançou significância estatística, mas com a categorização ordinal identificou-se um benefício de sobrevida associado à obesidade em comparação com pacientes com peso normal/baixo. Além disso, quando analisados como variável contínua, valores mais elevados de IMC apresentaram efeito protetor contra mortalidade. Os diferentes modelos de análise do IMC quanto à sua influência sobre a mortalidade permitiram uma melhor compreensão do seu comportamento do que a análise dicotômica.