Estrutura genética e diversificação de plantas no pampa : estudos de caso em petunia (SOLANACEAE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Turchetto, Caroline
Orientador(a): Freitas, Loreta Brandão de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/258077
Resumo: O Pampa, localizado na porção sul do Neotrópico, é uma vasta região de terras baixas compostas principalmente por gramíneas, possivelmente constituindo a ecorregião menos estudada no sul da América do Sul. Constituído de uma paisagem heterogênea, o Pampa abriga uma rica biodiversidade com muitas espécies endêmicas. Entretanto, o conhecimento sobre o padrão de distribuição geográfica e evolução de plantas que ocorrem nessa área ainda é escasso. O objetivo do presente trabalho foi gerar dados moleculares e avaliar diferentes interações ecológicas nas espécies do gênero Petunia (Solanaceae), que ocorrem no Pampa, através do uso de marcadores moleculares (microssatélites nucleares e sequenciamento de regiões do cloroplasto), e morfológicos. Contribuindo assim, para o conhecimento dos processos de diversificação e especiação de plantas do Pampa, bem como da história evolutiva do gênero Petunia. Para isto foram conduzidos experimentos de caracterização da diversidade genética e morfológica em populações naturais cujos resultados foram avaliados com metodologias de análise filogeográfica, populacional e de fluxo gênico. Os resultados foram descritos em detalhes nos seis artigos científicos que compõem a Tese e podem ser assim resumidos. A rápida radiação dos gêneros Petunia e Calibrachoa demonstra como a forte pressão seletiva para diferentes polinizadores, juntamente com adaptação a diferenças edáficas e climáticas, pode constituir o fator chave envolvido na diversificação de plantas nos Pampas. Petunia axillaris é um bom exemplo disso, pois as diferenças nos caracteres florais que discriminam taxonomicamente as três subespécies deste complexo são o resultado das adaptações a fatores ecológicos (diferenças de solo e polinizadores) e representam linhagens evolutivas e não meramente plasticidade fenotípica. Nós também encontramos que P. axillaris subsp. axillaris apresenta altos níveis de auto-polinização numa região simpátrica com P. exserta, e nós sugerimos que isto pode ser um mecanismo de prevenção contra formação de híbridos com esta espécie, visto que este mecanismo têm sido documentado nos últimos anos. Esses resultados estão de acordo com nossos achados de baixa incidência de híbridos nas zonas de contato entre essas duas espécies, onde possivelmente atuam mecanismos de isolamento reprodutivo bem como forte seleção que mantém os limites dessas espécies, como diferentes polinizadores e microhabitats específicos. Surpreendentemente, nós encontramos altos níveis de diversidade em P. 8 secreta, uma espécie irmã de P. exserta e P. axillaris, e que dentre as três é a que apresenta maior diferenciação genética. Em conclusão, nossos resultados mostram que essas três espécies de Petunia do Pampa apresentam acentuada diferenciação genética e que os processos de especiação realmente podem ser relacionados a adaptações ecológicas. Embora os mecanismos de isolamento reprodutivo não tenham sido conclusivos por completo, estratégias de isolamento reprodutivo podem ser encontradas nessas espécies e podem ser responsáveis pela sua manutenção como taxa independentes.