Fluxo gênico e biologia reprodutiva de Petunia secreta Stehmann & Semir

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Daniele Munareto
Orientador(a): Freitas, Loreta Brandão de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Bee
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/216492
Resumo: Petunia secreta é uma espécie rara e endêmica da região chamada Pedra do Segredo, localizada em Caçapava do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. Filogeneticamente forma um clado dentro do gênero Petunia com outras duas espécies, P. axillaris e P. exserta, e juntas contam uma história de diversificação mediada pela polinização. Enquanto 12 espécies do gênero, incluindo P. secreta, são polinizadas por abelhas, P. axillaris é polinizada por mariposas e P. exserta por beija-flores. Muitos estudos foram realizados para entender a biologia reprodutiva e polinização envolvendo P. axillaris e P. exserta, mas pouco se sabe a respeito de P. secreta. O objetivo do presente trabalho foi gerar dados ecológicos e moleculares para a espécie P. secreta, através da investigação da polinização, biologia reprodutiva e fluxo gênico, contribuindo assim para a compreensão da história evolutiva dentro do clado “tubo longo”. A investigação consistiu de observações na natureza, registro do polinizador, coleta de sementes, experimentos em casa de vegetação e caracterização genética, que foram avaliados com métodos de análise populacional e fluxo gênico. Os resultados obtidos revelaram que o polinizador efetivo de P. secreta é uma espécie de abelha do gênero Pseudagapostemon, que coleta exclusivamente pólen. Análise morfológica mostrou que P. secreta possui corola que reflete luz ultravioleta, característica essa que provavelmente selecionou a abelha como polinizador. Os experimentos em casa de vegetação comprovaram que P. secreta não possui autopolinização espontânea, confirmando a dependência de seu polinizador para sua reprodução. Esses experimentos também mostraram que P. secreta é autocompatível e a viabilidade das sementes independe do modo de fecundação. Os resultados de diversidade genética mostraram que P. secreta tem baixo índice de heterozigosidade e as análises de paternidade da progênie demonstraram que P. secreta, apesar de possuir um sistema misto de cruzamento, reproduz-se essencialmente por autofecundação, que sugerimos ser promovida pelo comportamento de coleta do polinizador. A morfologia da flor, a posição de depósito do pólen após a coleta e o comportamento da abelha para coletar todo o conteúdo polínico disponível, associados a um provável mecanismo de descarregar o pólen no ninho a cada visita floral, favorecem a autofertilização, contribuindo muito pouco para a polinização cruzada. As análises também mostraram que os cruzamentos foram endogâmicos, possivelmente devidos às curtas distâncias percorridas pelas abelhas e pela composição das populações de P. secreta, uma vez que o sistema de dispersão das sementes é por autocoria o que favorece que indivíduos aparentados permaneçam próximos à planta mãe. As análises de paternidade também demostraram que o fluxo gênico entre as populações é nulo. Esses resultados sugerem a hipótese de que a formação de um banco de sementes possa manter a variabilidade genética ao longo do tempo, misturando indivíduos de diferentes gerações em uma mesma estação, e explicar os resultados encontrados que mostram P. secreta como uma espécie com alta variabilidade apesar de sua raridade.