Validação da escala revisada de dor crônica graduada para o português do Brasil : análise de indicadores desfavoráveis de saúde e incapacidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ehlers, Jaira de Menezes
Orientador(a): Caumo, Wolnei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/287661
Resumo: Base Teórica: A dor crônica é considerada um problema de saúde pública mundial e pode levar ao estresse físico e emocional, além de altos custos fi nanceiros e sociais para a população. Embora a intensidade da dor seja uma medida clínica amplamente utilizada, ela deve ser individualizada, assim como seu impacto na vida dos pacientes. Na avaliação da dor crônica, além da intensidade, deve-se avaliar a incapacidade relacionada à dor, que pode ser um indicador de gravidade. A padronização da avaliação da dor crônica é necessária no cenário da pesquisa e da clínica, visando o tratamento adequado. Dentre as escalas preconizadas, existe a Graded Chronic Pain Scale-Revised (GCPS-R). Trata-se de uma escala breve, simples e fácil de pontuar. Ela utiliza um pequeno número de itens e fornece uma breve dimensão da gravidade da dor crônica, considerando a intensidade da dor e seu impacto nas atividades de vida do indivíduo. Permite classifi car a gravidade da dor crônica em leve, incômoda e de alto impacto. Objetivos: Traduzir a Graded Chronic Pain Scale-Revised (GCPS-R) para o português brasileiro e avaliar suas propriedades psicométricas, incluindo consistência interna, validade concorrente e fatores ligados à incapacidade para o trabalho e ao medo evitação. Métodos: A versão em português brasileiro (BR-GCPS-R) foi administrada a 505 adultos com dor crônica, usando o software REDCapⓇ (mais de 90% mulheres e escolaridade média de 15 anos). Resultados: A maioria dos participantes foi classifi cada no Grau 3 (Dor Crônica de Alto Impacto). A BR-GCPS-R demonstrou forte consistência interna (α de Cronbach = 0,85) e correlações moderadas com medidas de sensibilização central e catastrofi zação, apoiando sua validade concorrente. Análises univariáveis mostraram que o medo evitação foi associado à idade avançada, diagnósticos psiquiátricos e uso de opioides, enquanto o exercício físico reduziu o medo-evitação em quase 49%. A catastrofi zação aumentou o risco de medo-evitação em sete vezes. A incapacidade para o trabalho devido à dor foi associada a diagnósticos psiquiátricos (aumento da probabilidade em 89%) e interferência no sono (aumento da probabilidade em 185%), com o exercício físico mostrando um efeito protetor. A análise multivariável identifi cou idade, sexo feminino e maiores pontuações na Escala de Pensamento Catastrófi co sobre a Dor (BP-PCS) como preditores independentes de medo-evitação e incapacidade para o trabalho. A análise de mediação revelou que o uso de opioides infl uencia a Dor Crônica de Alto Impacto (HICP) de forma direta e indireta, com a sensibilização central mediando 40% do efeito. A catastrofi zação mediou 24% do impacto dos diagnósticos psiquiátricos na Dor Crônica de Alto Impacto (HICP), enquanto o exercício físico reduziu a incapacidade para o trabalho ao diminuir o medo evitação. Conclusão: A BR-GCPS-R é uma ferramenta confi ável e válida para avaliar a gravidade da dor na população brasileira, com pontuações semelhantes às da versão original.