Risco cardiovascular em pacientes com transtorno de humor bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Wageck, Aline André Rodrigues
Orientador(a): Kunz, Maurício
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/164356
Resumo: O transtorno de humor bipolar (THB) é uma condição incapacitante e caracterizada pela presença de episódios de humor associados a alterações de cognição e de comportamento. Indivíduos com diagnóstico de THB estão particularmente propensos a múltiplas condições metabólicas. Em uma parcela dos pacientes acometidos pela doença observa-se a neuroprogressão do quadro, com alterações no campo da neuroimagem e de biomarcadores – citocinas inflamatórias, estresse oxidativo e neurotrofinas. Tais fatores parecem também relacionar-se ao aumento do risco cardiovascular (RCV) observado nessa população, visto que a doença cardiovascular (DCV) constitui a principal causa de morte em pacientes com THB. Mesmo conhecendo tal estatística, há escassez de literatura científica abordando avaliação cardiovascular em pacientes bipolares. Dessa forma, a presente tese tem o objetivo de melhorar o entendimento da associação entre neuroprogressão e doença cardiovascular. Para tal, inicialmente conduzimos uma revisão da literatura englobando variáveis associadas ao estadiamento e à neuroprogressão, sobretudo aspectos que se referem a biomarcadores, neuroimagem, cognição, funcionalidade e resposta ao tratamento. Em seguida, foi realizado estudo clínico com o objetivo de avaliar a prevalência de doença aterosclerótica coronariana através do uso do escore de cálcio coronariano (ECC) em pacientes ambulatoriais bipolares tipo 1. Os pacientes incluídos eram bipolares tipo 1, todos eutímicos e tendo assinado o termo de consentimento. Os escores de cálcio foram adquiridos utilizando um scanner Aquilion 64 CXL (Toshiba Medical Systems) e a quantificação realizada através do método de Agatston. Em nosso estudo verificou-se que pacientes com ECC positivo eram mais velhos (média 55.2 anos; p=0.001) e tinham uma média maior de internações psiquiátricas prévias (media 4.7; p=0.04) quando comparados ao grupo com ECC negativo, além de também haver uma associação positiva entre ECC e número de internações psiquiátricas prévias entre toda a amostra do estudo (p<0.001). Nossos resultados sugerem a associação entre idade e maiores escores coronarianos, além da relação entre cálcio coronariano e número de internacões psiquiátricas prévias. É possível que este achado relacione-se ao fato de que pacientes em estágios mais avançados da doença tenham maior carga inflamatória que, juntamente com os fatores de risco para DCV, justificaria o aumento do RCV, sugerindo um possível link entre neuroprogressão no THB e aterosclerose coronariana acelerada.