Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Débora Santos |
Orientador(a): |
Kucharski, Luiz Carlos Rios |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/141248
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Resumo: |
Está bem estabelecido que o diabetes melito está associado a uma série de distúrbios clínicos que envolvem a alteração no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. Tem-se observado aumento importante da morbidade e mortalidade associadas a esta doença, sendo que dentre as causas, em ambos os tipos de diabetes (1 e 2), têm-se o aumento de fatores de risco, como o sobrepeso ou obesidade e o estilo de vida sedentário. A erva-mate (Ilex paraguariensis) tem apresentado grande potencialidade para utilização preventiva e terapêutica no diabetes graças à atividade biotiva dos seus compostos (metilxantinas, polifenóis e saponinas), capazes de alterar o metabolismo tecidual energético tanto em protocolos experimentais com animais de laboratório quanto humanos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi elucidar o efeito da administração do chá de mate em ratos Wistar diabéticos, tendo como foco o metabolismo tecidual muscular e hepático. Para tanto, ratos Wistar machos foram submetidos a indução do diabetes experimental com injeção de estreptozotocina (65 mg/kg, i.p.) e posteriormente tratados com o extrato aquoso de erva-mate através da água de beber por 30 dias. Ao final do tratamento, os animais foram eutanasiados e os tecidos (soro, músculo, fígado e tecido adiposo retroperitoneal e epididimal) foram coletados para análise. Analisando a morfometria tecidual, o tratamento com mate promoveu a diminuição do peso do tecido adiposo retroperitoneal em controles tratados com mate, o que sugere ação lipolítica; também houve reversão da perda de peso muscular em ratos diabéticos tratados com mate, sugerindo ação protetora do mate diante da perda muscular intensa no diabetes não tratado. Após o tratamento, houve melhoramento nos níveis de glicose, creatinina, uréia e proteínas totais no soro, o que sugere ação benéfica através da capacidade de diminuição da glicemia e proteção, especialmente do tecido muscular, contra o quadro de desnutrição. Contudo, foram agravados os níveis de HDL-colesterol e ALT/TGP, indicando a necessidade de mais estudos para confirmar o efeito benéfico e a ausência de toxicidade hepática no consumo da erva-mate desta doença. Foi possível observar mudanças expressivas no metabolismo do músculo esquelético através dos ensaios de captação e oxidação de glicose em animais diabéticos. Parâmetros estes revertidos aos níveis encontrados nos controles após o tratamento com mate. Isso sugere ação efetiva dos compostos do mate em parâmetros metabólicos alterados no diabetes e ainda um mecanismo protetor no tecido muscular. No fígado, inúmeras variáveis apresentaram a expressiva alteração do metabolismo energético no diabetes: oxidação de glicose, bem como a sua conversão em lipídios e glicogênio; e os valores colesterol e triglicerídeos teciduais. Contudo apenas o colesterol tecidual foi afetado pelo tratamento com mate. Ainda se faz necessário aumentar o número de trabalhos que avaliam como a erva-mate pode atuar na fisiopatologia do diabetes tendo como foco o metabolismo energético. Em conjunto com os dados da literatura científica, estes resultados aqui apresentados contribuem, sob ponto de vista metabólico, para a elucidação da potencialidade do uso terapêutico e preventivo da erva-mate, o qual se apresenta cada vez mais com potencial benéfico. Contudo, são necessários mais estudos para apontar a segurança da ingestão de erva-mate não necessariamente como fator preventivo em indivíduos saudáveis, mas sim especialmente pelos indivíduos acometidos pelo diabetes para enfim sugerir seu uso como adjuvante terapêutico. Ainda verificar a ação específica dos compostos (polifenóis, metilxantinas e saponinas) com a finalidade de apontar quais frações levariam aos mesmos desfechos aqui observados. |