Alterações hepáticas causadas pelo etanol e efeito do tratamento com Lactobacillus rhamnosus GG em zebrafish (Danio rerio)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Schneider, Ana Cláudia Reis
Orientador(a): Silveira, Themis Reverbel da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/132159
Resumo: Introdução: Em relação ao fígado, a esteatose é a consequência mais comum do consumo abusivo do etanol e predispõe à doença hepática mais grave. Os mecanismos da doença hepática alcoólica não são plenamente conhecidos e as terapias são escassas. Os objetivos desta tese foram: 1) averiguar os efeitos do etanol no fígado, utilizando o zebrafish como modelo experimental; 2) avaliar o tratamento com o Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) na esteatose hepática; 3) observar os efeitos do etanol e do tratamento com o LGG no comportamento do zebrafish. Métodos: Foram realizados três experimentos utilizando peixes zebrafish, adultos, wildtype. O primeiro experimento foi formado por dois grupos, Controle (C) e Etanol (E), com 52 animais em cada um. O grupo E foi exposto a 0,5% de etanol por quatro semanas. Foram conduzidas análises histológicas e moleculares dos genes il-1b, tnf-α, il-10, sirt1, adiponectina e adipor2 nos fígados dos animais. No 2°experimento foram avaliados quatro grupos: Controle (C), Probiótico (P), Etanol (E) e Probiótico + Etanol (P + E), com 220 animais respectivamente. Durante quatro semanas os grupos P + E e P foram alimentados com ração com o probiótico LGG e os grupos E e C com ração sem probiótico. Foram realizadas análises histológicas e morfométricas no tecido hepático, quantificações de lipídeos séricos e hepáticos. No 3° experimento, os grupos C, E, P e P+E foram formados (n=15 animais por grupo) e, após duas semanas, o comportamento dos animais foi analisado no teste open-tank com o programa ANYmaze ®. Resultados: No 1° experimento os animais do grupo E apresentaram intensa esteatose hepática, aumento de glicogênio plasmático associado às gotículas lipídicas, alterações no retículo endoplasmático rugoso e degeneração de canalículos biliares. Houve acentuação na expressão hepática de il-1b, tnf-α, sirt1 e do adipor2, indicando que o etanol desencadeou resposta inflamatória e de proteção hepática. No 2° experimento, o grupo E apresentou intensa esteatose após quatro semanas, ao contrário do grupo P + E. A morfometria celular mostrou um aumento de 14,8 vezes no tamanho dos hepatócitos do grupo E (4° semana) quando comparado com C (p <0,0001). Os triglicerídeos séricos diminuíram no grupo P + E em comparação com C, P (p <0,001) e E (p = 0,004). O colesterol sérico do grupo P diminuiu comparado aos grupos C e E na segunda semana (p = 0,002 e p = 0,007) e do grupo P + E diminuiu comparado aos grupos E e C (p<0,0001), na quarta semana. As concentrações de triglicerídeos hepáticos reduziram no grupo P + E na quarta semana em comparação com E (p = 0,006). No 3° experimento, os animais expostos ao etanol apresentaram menor ansiedade em relação ao novo ambiente, evidenciada pela maior exploração da área superior do aquário. O efeito desibinidor do etanol não foi significativamente atenuado pelo tratamento com o LGG. Conclusões: Os resultados do primeiro estudo indicaram que o etanol desencadeia uma série de eventos celulares e moleculares e que a inflamação desempenha papel significativo na esteatose hepática. No segundo, foi demonstrado que o tratamento com LGG diminuiu os níveis séricos de triglicerídeos e de colesterol, atenuando a esteatose hepática. O terceiro estudo mostrou que o etanol teve efeito significativo no comportamento do zebrafish, que não foi modificado pelo LGG.