Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rollo, Rosane Machado |
Orientador(a): |
Rocha, Cristianne Maria Famer |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/253071
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Resumo: |
Movimento e migração são condições de definição histórica da humanidade. Em 2021 cerca de 281 milhões de pessoas eram migrantes internacionais. E, desses, mais de 100 milhões, são refugiados, que foram forçadas a migrar por guerras, conflitos e perseguições, um número sem precedentes, jamais verificado pelo ACNUR. Quanto ao acesso da população refugiada ao ensino superior, somente 3% de pessoas refugiadas estão matriculadas em universidades ao redor do mundo, em comparação aos 37% da população global, que chega aos mais altos níveis educacionais. No caso brasileiro, temos cerca de 500 estudantes refugiadas ou solicitantes de refúgio (470 de graduação; 18 de mestrado; e, 08 de doutorado), estão matriculados em instituições de ensino superior. Embora a importância dos movimentos humanos, ao longo do tempo, no campo da Educação, no Brasil, ainda são poucos os estudos a respeito da inserção acadêmica de alunos migrantes e/ou refugiados. Com o objetivo de acompanhar a construção da experiência de refúgio, a partir das narrativas e significados produzidos por estudantes refugiados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ingressados por meio de Editais para Ingresso de Pessoas em Situação de Refúgio, esta pesquisa, de cunho qualitativo, se insere no campo teórico dos Estudos Culturais e, mais precisamente, dos Estudos Foucaultianos. Os dados foram produzidos a partir de entrevistas narrativas com seis estudantes de graduação refugiados. As análises dessas narrativas, realizadas a partir de inspirações teórico-metodológicas de Michel Foucault e Jorge Larrosa, conduziram à organização de três eixos analíticos que recuperam, em certa medida, as etapas do processo migratório: o primeiro eixo - Olhando para o passado: a situação dos estudantes refugiados antes e durante a migração - mostra as vivências dos entrevistados ainda no país de origem, durante a travessia, até a chegada ao Brasil O segundo eixo - Percepções dos estudantes refugiados após a chegada ao Brasil - focaliza como os estudantes refugiados, já em solo brasileiro, percebem as experiências vividas sobre os processos de integração, principalmente, no que se refere ao RS e à cidade onde estão vivendo. O terceiro eixo - Inserção na UFRGS: do ingresso aos desafios da permanência - mostra como os entrevistados narram as experiências sobre ser estudante refugiado da UFRGS, e de que forma isso impactou/impacta em seus projetos de vida, atuais e futuros. As narrativas indicam, de maneira geral, que os estudantes se sentem congratulados pela oportunidade da experiência de inserção no ensino público federal, em particular, na UFRGS, considerada por todos como uma universidade de excelência. Porém, também sugerem que o processo de inserção precisa ser qualificado, particularmente em relação a: falta de informações sobre os documentos necessários ao ingresso; falta de acompanhamento dos estudantes, principalmente, dos refugiados que não falam português; falta de divulgação do edital (que não consegue atingir, de forma ampla, o público-alvo); inexistência de vagas para refugiados em todos os cursos; e, que o edital seja aberto a todos os migrantes, independentemente, do status jurídico. Tais sugestões demonstram o quanto a universidade – e, de certa forma, a sociedade como um todo - precisa se reinventar para, efetivamente, incluir os estudantes refugiados, de forma mais generosa, harmônica e solidária. |