Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Soares, Eduardo Correa |
Orientador(a): |
Menuzzi, Sérgio de Moura |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/71938
|
Resumo: |
Este trabalho estuda a caracterizacao semântica dos argumentos dativos. Entendemos como “dativos” NPs que sao o primeiro objeto de construcões de duplo objeto (como, p. ex., John gave Mary a book “Joao deu um livro para Maria”), certos cliticos pronominais (como, p. ex., Maria me deu o livro) e NPs com marcacao morfologica de caso (como, p. ex., Hann gaf mér bókina “Ele me deu o livro”). Essencialmente, propõe-se, neste trabalho, que dativos sejam argumentos que estao envolvidos em eventos em que sao afetados. Iniciamos esse estudo a partir das caracterizacões tradicionais de argumentos dativos, de acordo com as quais essa seria uma funcao sintatica talhada para expressar o “possuidor” em um evento que envolve mudanca (potencial) de posse. Examinamos, com detalhe, as propostas feitas para dar conta da alternância dativa do inglês – principalmente, a conhecida restricao o “possuidor prospectivo” – e como essas propostas poderiam ser estendidas para cobrir os dados do português brasileiro. Essa proposta implica que, se o dativo é possuidor, o objeto direto deve ser o argumento possuido, descrevendo assim a relacao entre esses dois argumentos e os caracterizando. Levantamos, em seguida, algumas dificuldades para essas abordagens, mostrando, entre outros problemas, que muitos verbos que tomam argumentos dativos nao envolvem “posse”. Tendo mostrado que a abordagem baseada em posse falha em predizer quais verbos tomam dativos, buscamos uma caracterizacao semântica alternativa desses argumentos, procurando estabelecer uma comparacao dessa posicao sintatica com os objetos diretos. Apresentamos uma hipotese pouco explorada para o inglês, mas que parece ter respaldo translinguistico, de que dativos expressariam argumentos afetados. Essa proposta é criticada por alguns autores, pois “afetacao” parece ser um conceito difuso. Por isso, muitas vezes se diz que esta nao é uma nocao que possa ser empregada para cobrir classes coerentes de fenômenos, sendo substituida por outros conceitos, vistos como mais relevantes. Tomamos um caminho diferente desses trabalhos: a partir de uma semântica baseada na teoria de “reticulados”, buscamos articular o conceito de “afetacao” com outros geralmente empregados no estudo da semântica lexical dos verbos por meio de uma hierarquia implicacional. Assim, propomos que afetacao, mudanca, movimento, incrementalidade, “entrada” e “saida” de existência, afetacao psicologica, benefaccao e malefaccao sejam conceitos inter-relacionados, que estao em jogo na realizacao de argumentos. À luz dessa teoria, baseada na hierarquia implicacional que estabelece “graus” de afetacao, capturamos as observacões tradicionais sobre os dativos do inglês e as nossas observacões anteriormente levantadas sobre os dados do português brasileiro, bem como os dados que nao tinham uma explicacao natural em abordagens prévias. Nossa proposta, ainda, faz predicões a respeito da distribuicao de NPs com dativo marcado morfologicamente. |