Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Franceschi, Raphaela da Cunha |
Orientador(a): |
Zancan, Denise Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/197471
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Resumo: |
Sabe-se que inflamações no trato gastrointestinal (TGI) ocasionam mudanças estruturais e funcionais que influenciam significativamente a qualidade de vida. Os efeitos variam de acordo com o tipo e extensão do processo inflamatório, que, por consequência, depende da natureza do estímulo ou do grau de lesão ocasionado. Existem, entretanto, lacunas na compreensão da etiopatologia das neuropatias entéricas. Há evidências de que diferentes causas, como defeitos de desenvolvimento congênitos no sistema nervoso entérico (SNE), ação de agentes tóxicos conhecidos ou condições patológicas secundárias indicam perda, degeneração e/ou comprometimento funcional dos neurônios entéricos. Por outro lado, crescem as evidências de que a integridade das células enterogliais (CEG), bem como das células imunitárias residentes no TGI, sofrem modulação de diferentes mediadores do SNE, assim como de distintos agentes nocivos. Portanto, existe um consenso de que interações entre os neurônios, as CEG e as células do sistema imunitário são determinantes para os efeitos dos processos inflamatórios na estrutura e nas funções do TGI. No presente trabalho foram escolhidos dois protocolos distintos de indução de inflamação entérica: o efeito de uma toxina associada a processos infecciosos, pelo fato de, até então, inexistir estudos dos efeitos do lipopolissacarídeo (LPS) sobre as CEG in vivo; e o efeito de uma dieta irregular, cuja patologia decorrente é relativamente frequente no roedor Chinchilla lanigera em cativeiro. Os objetivos propostos foram avaliar a atividade das CEG: (1) sob os efeitos da administração sistêmica do LPS in vivo em ratos e (2) nos efeitos do timpanismo provocado por dieta em Chinchilla lanigera. A avaliação histopatológica da administração de LPS intraperitoneal em ratos revelou uma resposta inflamatória intestinal dependente da dose, tempo e região intestinais. Enquanto a maior dose de LPS (2,5 mg kg-1) resultou em uma inflamação moderada em todas as regiões entéricas, em todos os tempos, sendo o dano à cripta mais intenso no grupo analisado 24h após a injeção. Foi observada uma lesão visível na mucosa do duodeno, ceco e cólon dos ratos 24 horas e 7 dias após a injeção de LPS, porém o duodeno foi o segmento menos suscetível a essa resposta inflamatória. Com o protocolo de indução de CT nas chinchilas foi observado infiltrado inflamatório mais denso nas criptas do ceco e do cólon ascendente, confinados principalmente à mucosa, caracterizando um processo inflamatório subagudo nesses animais. Áreas infartadas também foram observadas nos vasos mesentéricos em todo o intestino dos animais timpânicos. Esses danos, entretanto, foram revertidos nos animais do grupo recuperado, sem distinção significativa entre os animais que receberam, além do retorno à dieta controle, anti-inflamatório por 5 dias. As alterações morfológicas, contudo, nem sempre foram acompanhadas por variações concomitantes na expressão dos marcadores de atividade glial, GFAP e S100B intra e extracelular, em resposta tanto à administração sistêmica de LPS em ratos, como pela administração de uma dieta que desencadeou a CT. Nas três regiões intestinais analisadas dos ratos houve aumento de S100B intracelular após 24 horas da administração da maior dose de LPS, retornam a níveis basais ou níveis ligeiramente inferiores aos do controle após 7 dias. Não foi observada variação expressiva na secreção de S100B entérica em resposta ao LPS sistêmico. Em relação a GFAP, o LPS também foi capaz de induzir um aumento na GFAP intestinal dos ratos em todas as regiões entéricas 24 h após a injeção da dose mais alta de LPS. São necessários mais estudos das respostas imunitárias, e da relação destas com o SNE nas diferentes regiões do TGI sob condições inflamatórias, sejam desencadeadas sistemicamente ou localmente no trato intestinal. |