Evolução geotectônica os complexos Vila Nova e Tumucumaque na porção nordeste do cráton amazônico, Amapá

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Borghetti, Cristiano
Orientador(a): Philipp, Ruy Paulo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/185981
Resumo: Esta tese investigou as relações estratigráficas entre as rochas metavulcanosedimentares do Complexo Vila Nova (CVN) e os ortognaisses do Complexo Tumucumaque (CT) na região da Vila Nova, Amapá. As relações entre os complexos foram definidas através do mapeamento geológico e estrutural integrado com dados geofísicos (aeromagnetometria e aerogamaespectroscopia), análise petrográfica e geocronologia. O CVN é uma sequencia do tipo greenstone belt localizada na porção sudeste do Escudo das Guianas, nordeste do Cráton Amazônico. Esta região está inserida na Província Maroni-Itacaiúnas, cinturão móvel paleoproterozóico que circunda o núcleo arqueano da Província Amazônia Central. A integração dos dados permitiu definir as principais unidades litológicas e estruturas, que foram representadas nos mapas geológicos nas escalas 1:100.000 e 1:50.000. As relações estratigráficas foram suportadas por análises geocronológicas pelos métodos U-Pb e Lu-Hf em zircão através da técnica de LA-ICP-MS, aplicada em zircões detríticos de metassedimentos do CVN e em cristais ígneos de rochas dos Complexos Vila Nova e Tumucumaque. O contato entre os complexos são definidos por zonas de cisalhamentos dúcteis. O CVN é composto por metassedimentos clásticos intercalados com metabasaltos e meta-andesitos, contendo camadas subordinadas de formações ferríferas e manganesíferas, xistos calci-silicáticos e mármores. Estas unidades foram afetadas por um metamorfismo orogênico sob condições de baixo a médio grau, entre as fácies Xistos Verdes Superior e Anfibolito Médio, sob pressão intermediária. O CT é constituído por gnaisses tonalíticos a granodioríticos, anfibolitos, metagranitóides e gabros intrusivos, com registro metamórfico entre a fácies Anfibolito Médio a Superior. Levantamentos estruturais sugerem que os complexos foram afetados pelos mesmos processos de deformação e metamorfismo, que resultaram em uma foliação regional S1-2 orientada segundo a direção N70-85ºW. Esta foliação está afetada por uma fase de deformação mais tardia, que gerou dobras F3 de escala regional e com formas abertas a fechadas, e com eixos direcionados segundo a direção NW-SE. Os zircões detríticos dos metassedimentos do CVN apresentaram idades arqueanas (entre 3.6 e 2.7 Ga), com participação muito subordinada de idades paleoproterozóicas (entre 2.5 e 2.37 Ga). As idades Neo- a Meso-arqueanas, entre 2.85 e 2.67 Ga, foram identificadas em ortognaisses e gabros do CT, enquanto idades Paleoarqueanas, entre 3.0 e 3.5 Ga, foram descritas em ortognaisses das regiões de Tartarugalzinho (3.48 Ga) e da Vila Nova (3.3 Ga). Os resultados U-Pb das amostras do CT apontam para dois 2 episódios magmáticos, um Meso-arqueano (2.85-2.81Ga) e um Neo-arqueano (2.67 Ga). Os dados de Lu-Hf também confirmam a existência de uma ampla área de embasamento Arqueano na região estudada. A idade máxima de deposição da bacia é definida pela idade de 2.170 ±9 Ma, representando a cristalização dos metandesitos do CVN. As rochas metavulcânicas do greenstone belt Vila Nova foram depositadas durante o Riaciano sobre um embasamento arqueano e apresentam composição geoquímica semelhante a das rochas de arcos de ilhas e bacias de retro-arco. A justaposição tectônica destas unidades esteve associada, provavelmente, ao fechamento de um antigo oceano, culminando com um evento de metamorfismo regional orogênico colisional que estruturou as rochas da Província Maroni-Itacaiúnas.