Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Machado, Niqueli Streck |
Orientador(a): |
Barbosa, Maria Carmen Silveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/274434
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Resumo: |
Este estudo, realizado a partir de uma investigação narrativa, de cunho qualitativo, teve como estratégia de produção de dados o Grupo Focal, constituído por nove professoras de pré-escola, de escolas públicas e privadas de municípios da região de Vale do Rio Pardo. Teve como objetivos identificar fios que tecem fazeres pedagógicos na pré-escola, conhecer como as professoras participantes organizam suas práticas pedagógicas com as crianças no cotidiano da Educação Infantil, investigar e tornar visíveis modos distintos, plurais, artesanais de ser docente e estudar, com essas professoras, quais fios provocam seu fazer docente, que, por ser complexo, é tecido junto, no encontro, em uma perspectiva artesanal, que não separa o fazer e o pensar. A teoria da complexidade constituiu-se como escolha epistemológica, possibilitando discutir o conceito de artesania como superação da mecanização técnica, monótona e rotineira e sugerir possibilidades de conceber a docência com crianças pequenas como um fazer artesanal, articulado no pensar, sentir e avaliar esses processos. O estudo aponta a importância da discussão acerca do ofício docente, da técnica como fazer ético e estético na especificidade da docência na Educação Infantil, para a compreensão de características artesanais, como o vínculo entre a mão e a cabeça proposto por Sennett (2009), destacando maneiras e gestos de ser professora de crianças pequenas. A artesania intelectual e a narrativa, assumidas como tessitura metodológica, evidenciaram a escuta das professoras como princípio da pesquisa. Com as narrativas das professoras emergiram alguns fios que possibilitaram tecer ideias de como acontece a ação docente também para o grupo participante da pesquisa. Os fios encontrados foram: a constituição da professora artesã, que é tecida pelas histórias de vida, pelos começos plurais que possibilitam repertórios distintos, pela importância do tempo lento para a repetição que, por sua vez, provoca repertórios de gestos adquiridos que se tornam hábitos e que, portanto, constituem um conhecimento corporificado. Um dos fios, ainda, sublinha o envolvimento e o engajamento, os quais se costuram com as concepções de criança e de Educação Infantil. Ao se envolver e se engajar com o fazer pedagógico, a professora artesã qualifica suas próprias concepções e aprimora, portanto, o seu fazer. Por sua vez, o fio do diálogo da consciência material com a artesania docente, evidencia que é preciso, para o processo artesanal, conhecer as ferramentas pedagógicas. Ademais, o estudo aponta para a ideia de que as artesanias docentes se revelam com e pelos muitos modos de habitar a oficina, especialmente no que se refere ao acolhimento como gesto pedagógico, ao ambiente construído, à ação de planejar, ao registro e à 8 avaliação como marcas deixadas pelas professoras artesãs. Outro fio encontrado mostra a cooperação como habilidade e como vínculo pelo fazer juntos, o que explicita a importância do grupo, da escuta e da abertura como disponibilidade para a ação de compartilhar fazeres e reflexões a partir da consciência de um lugar coletivo. Dessa forma, a pesquisa defende uma costura de fios para a docência artesanal na pré-escola, compreendendo artesania como fazer dialógico, ético, estético, complexo e cooperativo. |