Morfologia floral associada às síndromes de polinização em Costus l. (Costaceae) : ontogenia e anatomia comparada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Maria Carine Nunes da
Orientador(a): Kuhn, Sofia Aumond
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/289525
Resumo: A interação entre plantas e polinizadores é considerada fator chave no sucesso reprodutivo e irradiação das angiospermas. Nesse sentido, as plantas diversificaram suas estratégias combinando diferentes morfologias à disponibilização de recursos florais com o objetivo de atrair polinizadores e tornar o fluxo de pólen mais eficiente. Dentre os gêneros de Costaceae, Costus L. se destaca por apresentar conjuntos de características florais específicas diretamente associadas às síndromes de polinização melitófila e ornitófila. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo determinar os eventos ontogenéticos responsáveis pela origem das diferentes formas ao longo da evolução do gênero e comparar a morfoanatomia floral de espécies com forma floral associada às síndromes de polinização melitófila e ornitófila, além de espécies com morfologia intermediária entre as síndromes. Para isso, foi analisado o desenvolvimento floral de sete espécies e a morfoanatomia floral de oito espécies do gênero Costus representantes de tais formas florais. As análises foram realizadas utilizando técnicas de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Os resultados demonstraram que a diferenciação morfológica entre as espécies com diferentes formas florais ocorre nas fases finais do desenvolvimento, por meio de diferenças no crescimento do labelo. Com relação à morfoanatomia floral, o labelo de espécies com síndrome de polinização melitófila apresentou guia de néctar com epiderme pluricelular e papilosa, sugerindo consistir em um tecido secretor. Um nectário no ovário e tricomas secretores no estigma foram registrados em todas as espécies, bem como aglomerados de coléteres na base do tubo floral. Considerando que todas as espécies analisadas apresentam ancestral com síndrome de polinização melitófila e que a síndrome de polinização ornitófila evoluiu diversas vezes no gênero, nossos resultados evidenciam que a morfologia de espécies com síndrome de polinização ornitófila surgiu em Costus a partir de eventos heterocrônicos independentes, e a heterocronia evidenciada é do tipo pedomorfose. Além disso, as ornamentações do labelo em espécies com síndrome de polinização melitófila, potencialmente, atuam na atração de abelhas polinizadoras, bem como facilitam o deslocamento até o néctar na base da flor. A secreção no estigma provavelmente constitui uma estratégia para tornar a polinização mais eficiente, auxiliando na fixação e hidratação do pólen. Considerando a organização anatômica e localização na flor, os coléteres do tubo floral provavelmente atuam protegendo o néctar de animais pilhadores. Assim, constatamos que além da especialização da morfologia floral relacionada a polinizadores específicos, as flores de Costus também apresentam estruturas micromorfológicas e secretoras que podem tornar a polinização mais eficiente.