Frênulo lingual alterado : implicações na fala e efeitos da frenectomia e terapia miofuncional nos aspectos gerais e funcionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carminatti, Monica
Orientador(a): Araujo, Fernando Borba de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219704
Resumo: A alteração no frênulo lingual pode causar limitação dos movimentos da língua e consequentemente prejuízos na fala. A indicação cirúrgica nas alterações de frênulo lingual deve considerar os aspectos morfológicos e funcionais da língua e a terapia miofuncional pode ser necessária no pós-cirúrgico. Foram conduzidos três estudos para esta tese: o primeiro estudo teve como objetivo investigar a associação entre a anquiloglossia e as alterações de fala; o segundo estudo avaliou a efetividade da frenectomia associada ou não à terapia miofuncional nos aspetos gerais e funcionais da língua de crianças com alteração no frênulo lingual, comparando-as com crianças sem alteração no frênulo lingual, entre seis e 12 anos; e o terceiro estudo investigou as características da fala de crianças com alteração do frênulo da língua. No primeiro estudo desta tese, foi realizada uma revisão sistemática a partir das bases de dados do PubMed, Embase, LILACS, SCOPUS, Web of Science, Science Direct, Scielo e da literatura cinza. Dois revisores selecionaram independentemente os estudos, extraíram os dados e avaliaram o risco de viés. A qualidade da evidência foi avaliada utilizando a Quality Assessment Tools. Os resultados mostraram que dos 47 estudos potencialmente elegíveis, sete foram incluídos na revisão. Estes foram publicados entre 1999 e 2019 e, utilizaram diferentes instrumentos para o diagnóstico da anquiloglossia e para avaliar a fala. Dos três estudos que investigaram a associação, um não encontrou associação entre as classificações da anquiloglossia e alterações de fala e dois mostraram implicações significativas da anquiloglossia na fala. Concluiu- se que a qualidade da evidência foi considerada muito baixa. Atualmente, a evidência é insuficiente para conclusões definitivas sobre as implicações da anquiloglossia na fala. O segundo estudo desta tese foi um ensaio clínico randomizado controlado realizado com 40 crianças com diagnóstico de alteração no frênulo lingual e 20 com frênulo lingual normal (GCO). Inicialmente (T0), foi aplicado o Protocolo de Avaliação do Frênulo de Língua em todas as crianças. As crianças diagnosticadas com alteração no frênulo lingual submetidas à frenectomia também foram avaliadas 15 dias (T15) e 30 dias (T30) após o procedimento, com o mesmo protocolo. Em T15 as crianças submetidas à frenectomia foram randomizadas em grupo que recebeu exercícios de mobilidade de língua (GE) e grupo que não recebeu exercícios de mobilidade de língua (GC). Ao considerar a realização dos exercícios, o GE melhorou significativamente para a elevação e mobilidade de língua e outros aspectos da fala como abertura de boca, posição da língua e imprecisão na fala. Considerando o efeito do tempo, na diferença entre T0 e T30, o GE melhorou significativamente comparado ao GC no aspecto da mobilidade da língua (p=0,016), na medida da abertura máxima da boca (AMB) (p=0,024) e AMB com o ápice da língua tocando a papila incisiva (p=0,026). Concluiu-se que a frenectomia associada a terapia miofuncional trouxe benefícios para a mobilidade de língua das crianças. O terceiro estudo desta tese foi um recorte do delineamento do ensaio clínico, em que participaram 34 crianças. Utilizou-se a prova de fala do Protocolo para Avaliação de Frênulo de Língua, acrescido da descrição das estratégias de reparo. A análise dos dados de fala foi realizada por meio de avaliação perceptivo-auditiva. Os resultados mostraram que a maioria das crianças apresentou distorções nas consoantes alveolares [ɾ], [s] e [t] e grupos consonantais com [ɾ]. Entre as demais características analisadas, foi observada redução da abertura de boca. A principal estratégia de reparo utilizada foi a redução de encontro consonantal, seguida da não-realização da líquida não-lateral em posição de coda. Concluiu-se que a maior frequência de alterações de fala foram as de origem fonética, no entanto, estratégias de reparo também foram observadas.