Videolaparoscopia flexível por acesso único via fossa paralombar utilizando cânula óptica longa com espiral na exploração abdominal de equinos em estação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Melo, Luciano Cavalheiro
Orientador(a): Beck, Carlos Afonso de Castro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/165388
Resumo: A laparoscopia é técnica cirúrgica minimamente invasiva na qual se utiliza um laparoscópio inserido por via transabdominal por onde é possível inspecionar visualmente a superfície das vísceras e do peritônio e realizar procedimentos cirúrgicos. Até o momento, a laparoscopia diagnóstica em equinos em estação através da fossa paralombar exige que sejam realizados dois procedimentos (um de cada lado do animal) para visualização significativa da cavidade peritoneal, além do uso de laparoscópio específico. Com o intuito de desenvolver a laparoscopia diagnóstica em equinos em estação por acesso único, foi desenvolvida uma cânula óptica com espiral sem trocarte de 60 cm de comprimento que tem o objetivo de promover maior segurança ao acesso laparoscópico (penetração radial sem trocarte e sob visualização) e sustentação ao endoscópio flexível para que seja possível realizar exploração significativa de ambos os hemisférios abdominais dorsais por apenas uma das fossas paralombares. Foram utilizados seis equinos adultos, sendo três machos e três fêmeas, submetidos a jejum alimentar de 24 a 30 horas. Amostras de sangue para realização de hemograma e dosagem de fibrinogênio foram obtidas no D-Pré, D4 e D7. Os equinos foram sedados com cloridrato de detomidina, seguido de bloqueio anestésico local com cloridrato de lidocaína infundida na musculatura e tecido subcutâneo do local de incisão no centro da fossa paralombar. O procedimento cirúrgico teve início com incisão cutânea de cerca de 2 cm de comprimento. As camadas musculares da região foram afastadas através da rotação da cânula em sentido horário e o afastamento dos tecidos foi acompanhado pelas imagens produzidas pelo endoscópio flexível e reproduzidas no monitor. Logo da perfuração do peritônio, foi iniciada a exploração da cavidade. Após a exploração do lado ipsilateral ao local de acesso, foi realizada a transposição do conjunto cânula/endoscópio ventralmente à porção caudal do cólon descendente seguida de exploração do lado contralateral. Terminado o exame, o conjunto foi removido através da rotação da cânula no sentido anti-horário e a incisão de pele foi suturada junto ao subcutâneo. A movimentação da cânula entre os órgãos abdominais mostrou-se segura, no entanto, em dois animais houve lesão iatrogênica ao baço, evidenciada por discreta hemorragia local. Foi possível a identificação da maioria das estruturas abdominais descritas na literatura por procedimento laparoscópico em equinos em estação pelo acesso único. Em cinco dos seis animais houve formação de enfisema subcutâneo adjacente às feridas cirúrgicas. Os parâmetros hematológicos dos animais mantiveram-se dentro dos limites estabelecidos para a espécie, com exceção dos leucócitos totais, neutrófilos segmentados e fibrinogênio que demonstraram pequenas variações. A abordagem proposta mostrou-se viável e tem o potencial de tornar o procedimento mais rápido, prático e seguro e menos invasivo e oneroso, fomentando a aplicação da laparoscopia diagnóstica na espécie equina.