Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Dos Reis, Bruna Santiago |
Orientador(a): |
Ferreira, Cinara Antunes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/241800
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Resumo: |
Este trabalho analisa a escrita política de Lara de Lemos a partir de seus textos poéticos, narrativos, ensaísticos, bem como a partir da recepção da obra da autora por meio da crítica literária em jornais e correspondências, com o objetivo de relevar a sua produção e problematizar questões como a visibilidade para diferentes autorias. A fim de mapear e definir uma escrita política, foi necessário buscar conceituações do que é política e discutir as diferenças entre o político e a política em si. Buscou-se como referenciais teóricos escritoras de diferentes épocas, com a finalidade de trazer múltiplas reflexões, como Hannah Arendt (2002, 2008), que aborda a política como aspecto essencial para que uma sociedade seja plural, provocando discussões sobre as formações familiares e as regras dentro de um território, apontando que o modo como decidimos as questões sociais nos tornam políticos. Chantal Mouffe (2015) afirma que a política vem da criação de espaços onde seres políticos, com seus valores e crenças, debatem, mobilizam-se, relacionam-se e colidem-se com o social. O político surge dos antagonismos, das diferenças e dos conflitos no espaço público. Ao explorar esses aspectos sobre política e político, confirmou-se o quanto os homens eram os principais agentes do espaço público e como as mulheres precisaram ser resistentes e agir, seja por meio de organizações, da escrita de textos literários, traduções e artigos jornalísticos ou de manifestações, para que pudessem ser ouvidas e respeitadas, tornando-se cidadãs e agentes no meio público; logo, político. Após analisar não só a participação das mulheres num contexto político, buscou-se ver o quanto esses vieses se encaixavam na literatura, em geral, e na autoria das mulheres, relevando-se diferenças e problematizando rótulos — “autoria feminina” como algo limitante, pois nem toda mulher se identifica como feminina, e “autoria das mulheres” como reforço para a sua entrada e permanência no meio cultural e acadêmico. Para essas análises, foi essencial um embasamento teórico de autores como Antonio Candido (2006), Michelle Perrot (2005), entre outras e outros. Por último, verificouse os motivos que tornam a escrita de Lara de Lemos política e, como metodologia, investigou-se os arquivos em acervo e as suas produções, enfatizando a importância da sua escrita, principalmente, no período de ditadura civil-militar. Também discutiu-se como o meio cultural recebeu a escrita da autora. Constatou-se que a dimensão política de sua escrita está em como a escritora aborda assuntos da condição humana, como a dor, o amor, a saudade; da condição como mulher, como as limitações e os silenciamentos que podem trazer o casamento; e na sua preocupação com questões coletivas, como as desigualdades econômicas, as guerras e os conflitos mundiais e os traumas ocasionados pela ditadura civilmilitar. Lara de Lemos apresenta uma literatura atemporal e seu esquecimento se deve ao fato de como as mulheres ainda não são destacadas no meio cultural e editorial. Nesse sentido, realizar pesquisas acerca de sua autoria, além de tornar visível a escrita de Lara de Lemos, reforça a importância de se recuperar literaturas de autoria das mulheres de diferentes épocas para que suas expressões sejam rememoradas. |