Auschwitz e “Os anos de chumbo”: resistência e testemunho na escrita de Charlotte Delbo e Lara de Lemos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Évila Ferreira de
Orientador(a): Rossoni, Igor
Banca de defesa: Davani, Cinara Ferreira, Coutinho, Maria Antonia Ramos, Santos, Lívia Maria Natália de Souza, Hollhausen, Marlene
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28841
Resumo: Para este trabalho foi selecionado corpus das obras de Charlotte Delbo, escritora francesa, e Lara de Lemos, escritora brasileira. Nestas obras discute-se a relação da literatura com a violência de Estado, tomando como pano de fundo a realidade da Segunda Guerra mundial, contextualizada pelos campos nazistas, e da Ditadura Civil-Militar na instância das prisões que se espalharam pelo Brasil. Estes eventos são responsáveis pelo nascimento de escrita marcada pelo signo da violência possibilitada por fatos que, dado o teor de horror, mostram-se arredios à representação. As obras selecionadas diferenciam-se quanto ao gênero: uma se constitui de narrativa híbrida e outra prima pelo lirismo, estão redigidas em idiomas diferentes e de autoria de duas mulheres. A discussão encaminha-se no sentido de evidenciar nas escritas de resistência e testemunho das escritoras, os protocolos de representação e de revisita de memórias. A resistência pode ser ação ativa e passiva, podendo ser manifesta objetivamente, como nas lutas armadas e subjetivamente no embate de ideias. As investigações sobre testemunho ganharam fôlego depois da Segunda Guerra mundial, com as pesquisas dos relatos dos que escaparam do Lager, e concorrem com o testimonio na América Latina. O testemunho pode ser conceituado como testis e superstes. Escrever o trauma configura-se na representação da memória traumática dos poetas presos políticos avariados pelos supliciamentos, podendo funcionar como resistência, testemunho e tutor de resiliência.