Encontros com a artescrita : composições com alunas de curso normal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Görgen, Neila
Orientador(a): Loponte, Luciana Gruppelli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/60401
Resumo: Esta pesquisa inscreve-se no cenário da formação inicial com alunas de Curso Normal com idade de 14 a 18 anos, de uma escola de internato situada no município de Estrela, interior do estado do Rio Grande do Sul. O principal objetivo da pesquisa foi propor um experimento com essas alunas, fazendo uso da escrita de cartas e da arte contemporânea, a partir de experiências minhas, na vida escolar e profissional. Para tanto, ofereci oficinas sobre escrita como uma maneira de convidar as alunas a pensar sobre os processos de formação, na escola e na vida. Utilizei-me das discussões a respeito do cuidado de si estudado por Foucault, as relacionando em alguns momentos com as teorizações trazidas por Nietzsche. Foram realizados 11 encontros entre 2010 e 2011, organizados a partir de exercícios de escrita, como também da recepção de obras de artistas contemporâneos que trabalham com a escrita, tais como León Ferrari, Mira Schendel, Elida Tessler e Jorge Macchi. Estes encontros tornaram-se um espaço de conversa e pensamento sobre si mesmo e de intensificação das relações sociais no âmbito da formação inicial docente. O corpo empírico do trabalho compõe-se das cartas produzidas pelas alunas (cartas-vontade a partir da história “A bolsa amarela”, cartas a partir de obras dos artistas contemporâneos analisados e cartas-avaliações produzidas no último encontro), como de anotações em um diário de campo e as escritas de um diário coletivo, realizadas a cada encontro por uma aluna diferente. A análise dos materiais aconteceu a partir de relações tecidas a partir das potencialidades das escritas produzidas, a saber: (Re)pensar alguns modos de ser e olhar pelas misturas em arte e escrita (artescrita), possibilidade de deslocamentos e recomposições de si. Neste trabalho, situa-se a prática de escrita na proximidade do cuidado de si e as oficinas como espaço de experimentação que pretende problematizar algumas verdades sobre os modos de ser professor, aluno e adolescente buscando transformar estas verdades, em princípio racional, criando um estilo próprio de vida. Convida-se a pensar, na arte contemporânea como uma técnica do cuidado de si, aprender com os artistas a (de)compor a composição da escrita utilizada normalmente na escola, deslocar algumas naturalidades nos modos de pensar, e pensar outras maneiras para se compor reinventar-se, ainda que sem garantias, favorecendo o pensar sobre si, sobre os outros numa tentativa incansável de desfocar o olhar, a fim de empreender um projeto ético de estar atento as próprias ações. Uma maneira de constituir-se sujeito e professor, com a possibilidade de inúmeras composições.