Práticas de resistência nas ações artístico-pedagógicas dos grupos Yuyachkani (Peru) e Ói nóis aqui traveiz (Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Haas, Marta
Orientador(a): Icle, Gilberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/168805
Resumo: Nesta pesquisa discutem-se práticas de resistência nas ações artístico-pedagógicas dos grupos teatrais latino-americanos Grupo Cultural Yuyachkani (Peru) e Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Brasil). Para tanto, desenvolve-se o modo como essa noção participa na constituição de sujeitos e subjetividades, uma vez que produz saberes que de alguma forma conduzem e ensinam modos de ser e de estar na cultura e na época em que se vive. Observa-se que a resistência praticada no surgimento dos grupos, na década de 1970, em pleno período de ditaduras e governos militares, não é a mesma a partir do momento de transição democrática, em que o inimigo contra o qual se luta torna-se difuso e descentralizado. Em seguida, analisam-se quatro estratégias de resistência que emergem das práticas de ambos os grupos. A primeira evoca a noção de gesto decolonial, que rompe com a colonialidade dos saberes e das relações de poder. O gesto decolonial ressalta a independência e a potência do local, do emergente e do marginalizado frente aos imperativos universalizantes e hierárquicos. A segunda evoca o corpo feminino como espaço de resistência, questionando os princípios que subjugam esse corpo e destacando o papel da mulher no combate à violência e na imaginação por um outro mundo possível. A terceira estratégia evoca o compromisso assumido pelos grupos em lidar com a memória. Ao buscar o reconhecimento do protagonismo histórico dos marginalizados, enfatiza outros modos de narrar e transmitir a memória, em contraposição às interpretações hegemônicas sobre nosso passado. A última estratégia discute a prática da criação coletiva, com suas nuances e diferenças, como espaços de experimentação e resistência ao pensamento único. Essas quatro estratégias são práticas que propõem subjetividades micropolíticas, em contraposição à macropolítica instituída. Promovem saberes e formas de viver diferentes, que se lançam a um futuro ainda sem forma.