Tafonomia de paleovertebrados em sistemas continentais do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil e do Departamento de San José, Uruguai

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Machado, Cristina Bertoni
Orientador(a): Schultz, Cesar Leandro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13528
Resumo: Com base em afloramentos do Triássico Inferior e Médio do Rio Grande do Sul, Brasil e do Plio-Pleistoceno do Uruguai, na presente tese buscou-se identificar possíveis padrões de preservação para diferentes sistemas fluviais, através de análises sedimentológicas e tafonômicas. Tais análises tiveram o intuito de comparar os modos tafonômicos de ocorrência dos fósseis em diferentes sistemas fluviais e em diferentes períodos, testando, desta forma, o conceito de isotafonomia, além de discutir a viabilidade/validade das zonas bioestratigráficas propostas para o Triássico Brasileiro e para o Quaternário Uruguaio. Por fim, buscou-se testar a aplicabilidade da Estratigrafia de Seqüências na predição do modo tafonômico de ocorrência de tafocenoses terrestres. Para os depósitos de sistemas fluviais anastomosados (Triássico Médio), observou-se que grande parte dos fósseis apresentavam-se desarticulados e intemperizados, resultando em tafocenoses autóctones, com alta qualidade do registro fóssil e relativamente baixo time averaging. Já para os depósitos de sistemas entrelaçados (Triássico Inferior e Plio-Pleistoceno), raros são os achados de fósseis articulados e/ou inteiros. Desta maneira, o alto grau de desarticulação, dada por fatores hidráulicos; a alta taxa de fragmentação e abrasão, devido ao retrabalhamento do sistema e uma baixa taxa de intemperismo, devido ao pouco tempo de residência geraram tafocenoses alóctones, com baixa qualidade do registro fóssil e relativamente alto time averaging. Com base em tais características, pode-se dizer que os biozoneamentos propostos para o Triássico Médio são válidos, pois os registros de primeira e última ocorrência seriam eficazes para o estabelecimento de zonações, uma vez que as tafocenoses encontradas são autóctones e com baixo grau de time averaging. Por outro lado, as características tafonômicas encontradas em depósitos de sistemas entrelaçados indicam que a mistura temporal e o grau de aloctonia são bastante altos; desta forma, os zoneamentos feitos com fósseis de vertebrados deste tipo de depósito devem ser consideradas com muita cautela. Ainda que de forma preliminar, pode-se afirmar que os fatores controladores do desenvolvimento dos sistemas fluviais estão relacionados com a qualidade das tafocenoses a serem preservadas. De forma resumida, observa-se que durante o TST, o sistema fluvial variará de entrelaçado para anastomosado e os depósitos dominantes estarão associados às planícies de inundação. Desta forma, a desarticulação por fatores hidráulicos diminuirá, aumentando a desarticulação devido à ação biogênica e diminuindo a mistura temporal. Já durante o HST e o LST, o pouco espaço de acomodação faz com que haja o amalgamento dos canais e consequentemente retrabalhamento de seus próprios depósitos, aumentando consideravelmente a desarticulação, fragmentação e mistura temporal. Conclui-se, então, que o tipo de sistema fluvial influenciará diretamente na preservação da tafocenose, portanto, análises tafonômicas acuradas servem para refinar propostas bioestratigráficas e análises envolvendo Estratigrafia de Seqüências Fluvial podem ser utilizada como ferramenta na interpretação isotafonômica de assembléias de vertebrados.