Torque na articulação do joelho e atividade mioelétrica do bíceps femoral : cabeça longa e semitendíneo durante os exercícios nórdico de isquiotibiais e flexão excêntrica de joelhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rabuske, Rodrigo Luiz Neske
Orientador(a): Pinto, Ronei Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/270352
Resumo: INTRODUÇÃO: O exercício Nórdico de isquiotibiais (NHE) parece ser uma estratégia de treinamento eficaz na redução da incidência de lesões de isquiotibiais por estiramento (LesIsquios). Todavia, a amplitude de movimento (ADM) desenvolvida durante o exercício é, na maioria das vezes, limitada, o que parece afetar drasticamente o torque excêntrico dos flexores de joelho e, como consequência, a atividade excêntrica dos músculos isquiotibiais. A descrição e comparação do torque excêntrico durante a execução do NHE e da flexão excêntrica máxima de joelho (FEJ - em dinamômetro isocinético) auxiliará a entender se e como o torque excêntrico do NHE se relaciona com o desempenho máximo de flexores de joelho, um dos principais parâmetros de risco de LesIsquios. Além disso, a atividade mioelétrica de bíceps femoral cabeça longa (BFcl), o músculo mais acometido por LesIsquios, e do semitendíneo (SMT) deve ampliar o entendimento do perfil de atividade mioelétrica dos isquiotibiais e, a partir disso, proporcionar informações essenciais para o desenvolvimento de estratégias de treinamento. OBJETIVO: Avaliar a curva de torque excêntrico na articulação do joelho e o nível de atividade mioelétrica do BFcl e do SMT durante o exercício NHE e, adicionalmente, comparar o comportamento destes parâmetros em relação ao exercício de flexão isocinética excêntrica de joelhos (FEJ) realizada em ADM total, verificando assim o potencial de atividade muscular durante a execução do NHE. MÉTODOS: Dezoito indivíduos participaram do estudo (5 mulheres) com idade média de 28,4 ± 4,7 anos, 172,9 ± 8,9 cm de estatura, 73,8 ± 15,3 quilogramas e percentual de gordura de 24,5 ± 7,4%, dos quais 16 foram classificados como ativos ou muito ativos e como 2 irregularmente ativos. Ambos os exercícios foram avaliados em um dinamômetro isocinético, sendo possível avaliar os parâmetros de interesse nos 90° de ADM de flexão de joelho. Cinco repetições foram realizadas em cada exercício (i.e., NHE e FEJ) e a repetição de maior pico de torque foi utilizada na análise. O NHE foi realizado de forma tradicional, enquanto a FEJ foi avaliada na velocidade de 60°.s-1 , ambos tendo sido iniciados com os joelhos flexionados em 90º (0° = extensão total). A ADM desenvolvida foi dividida em 10 momentos (cada um representando 10% da ADM) a partir do Onset de torque (média + 3 desvios padrões dos níveis basais de torque) até a máxima ADM alcançada nos exercícios para toas as variáveis. O torque excêntrico na articulação do joelho e a atividade mioelétrica de BFcl e SMT foram avaliadas em cada exercício nos diferentes momentos (i.e., a cada 10%) e posteriormente comparadas entre os exercícios em cada momento. RESULTADOS: O momento em que o pico de torque foi alcançado durante o NHE (66,94±12,25%) foi diferente do observado na FEJ (83,06±12,07%; p<0,05). A ANOVA de medidas repetidas mostrou que os valores médios de torque durante o NHE são diferentes (F2,46; 41,80=62,51; p<0,001), com incremento do torque do Onset até 50% do exercício e redução entre 81 e 100% (p<0,05). Da mesma forma, a ANOVA de medidas repetidas mostrou que os valores médios de torque durante a FEJ foram diferentes (F1,89; 32,14=83,82; p<0,001), com incrementos do torque do Onset até 70% do exercício e redução entre 91 e 100% (p<0,05). Quando o torque excêntrico em cada momento foi comparado entre os exercícios, o NHE apresentou valores médios inferiores à FEJ em 10, 90 e 100% da ADM (p<0,05). A ANOVA de medidas repetidas de Friedman identificou que os níveis médios de atividade mioelétrica de BFcl durante o NHE são diferentes (χ²=143,92; p<0,001), apresentando incremento nos níveis de atividade mioelétrica do Onset até 40% e redução entre 81 e 100% (p<0,05). De modo semelhante, a ANOVA de medidas repetidas de Friedman identificou que os níveis médios de atividade mioelétrica de BFcl durante a FEJ foram distintos (χ²=103,49; p<0,001), com incremento dos níveis de atividade mioelétrica do Onset até 30% e redução entre 91 e 100% (p<0,05). Quando o nível de atividade mioelétrica de BFcl em cada momento foi comparado entre os exercícios, o NHE apresentou valores médios inferiores à FEJ em 10, 90 e 100% (p<0,05). A ANOVA de medidas repetidas de Friedman mostrou que os níveis médios de atividade mioelétrica de SMT desenvolvidos durante o NHE foram distintos (χ²=135,06; p<0,001), com incremento dos níveis de atividade mioelétrica do Onset até 30% e redução de 71 a 100% (p<0,05). Ainda, a ANOVA de medidas repetidas de Friedman identificou que os níveis médios de atividade mioelétrica de SMT durante a FEJ foram diferentes (χ²=96,57; p<0,001), demonstrando incremento dos níveis de atividade mioelétrica do Onset até 20% e posterior redução entre 91 e 100% (p<0,05). Quando o nível de atividade mioelétrica de SMT em cada momento foi comparado entre os exercícios, o NHE apresentou valores médios inferiores à FEJ em 10, 20, 90 e 100% (p<0,05). CONCLUSÃO: O melhor desempenho de flexores de joelho observado durante a execução do NHE não parece ocorrer na mesma ADM em que os flexores de joelho possuem maior capacidade de produção de torque, observado na FEJ, e na qual há maior atividade mioelétrica de BFcl e SMT, sobretudo no início e final do movimento da FEJ.