Avaliação hemodinâmica não invasiva, função pulmonar, capacidade cardiopulmonar e qualidade de vida em pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Borba, Gabrielle Costa
Orientador(a): Rovedder, Paula Maria Eidt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213395
Resumo: Introdução: A doença renal crônica (DRC) é uma disfunção silenciosa que leva a perda lenta, progressiva e irreversível da função renal. O diagnóstico de DRC se dá através da identificação da diminuição crônica da função renal e/ou consequente dano estrutural, por um período maior do que três meses. A fisiopatologia da doença, associada ao impacto do tratamento hemodialítico, leva a uma baixa tolerância ao exercício e descondicionamento físico, colaboram para a diminuição da funcionalidade e impactando negativamente a função pulmonar, a capacidade cardiopulmonar e a qualidade de vida destes indivíduos. A prevalência de pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) elevada em indivíduos com DRC em hemodiálise não é clara na nossa população, e a relação entre os parâmetros ecocardiográficos e a função pulmonar, a capacidade cardiopulmonar e a qualidade de vida ainda não está bem elucidada em pacientes com DRC em tratamento hemodialítico. Metodologia: Estudo transversal com indivíduos estáveis clinicamente, com 18 anos ou mais, diagnosticados com DRC há mais de 6 meses, em tratamento hemodialítico no Serviço de Nefrologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) por pelo menos 3 meses. Todos os sujeitos foram submetidos a ecocardiograma com Doppler, ao teste de esforço cardiopulmonar (TECP), a espirometria e a manovacuometria. Resultados: Foram estudados 40 pacientes. A prevalência de PSAP ≥ 35 mmHg foi de 25% e a média geral da PSAP foi 29,00 ± 9,03 mmHg. A média do pico de consumo de oxigênio (VO2pico) foi 16,09 +- 4,85 ml/kg/min. Quando comparado o grupo com PSAP ≥ 35 mmHg com o grupo com PSAP < 35 mmHg, houve diferenças estatisticamente significativas para as variáveis volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) (p = 0,034), capacidade vital forçada (CVF) (p = 0,018), tempo de aceleração da artéria pulmonar (TAc) (p = 0,010) e velocidade de regurgitação tricúspide (VRT) (p < 0,001). A PSAP apresentou correlação moderada e inversa com o VO2 pico (r = -0,38, p = 0,020) e com a carga no TECP (r = -0,39, p = 0,018). A VRT apresentou correlação moderada e inversa com o domínio funcionamento físico do Kidney Disease and Quality-of-Life Short-Form (KDQOL) (r = -0,30, p = 0,024). Na análise de regressão linear, menores valores de VO2 pico e carga no TECP foram indicadores de maiores valores de PSAP nestes pacientes. Conclusão: A prevalência de PSAP ≥ 35 mmHg foi de 25% em pacientes com DRC em hemodiálise. Pacientes com PSAP ≥ 35 12 mmHg apresentaram redução da tolerância ao exercício e da função pulmonar. O VO2pico e a carga avaliada pelo TECP foram os melhores indicadores de valores de PSAP elevados nestes pacientes.