Testing data-driven thresholds for irritabilitity in adolescents and young adults

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Laporte, Paola Paganella
Orientador(a): Salum Junior, Giovanni Abrahão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249432
Resumo: Justificativa: A irritabilidade é definida como uma propensão a sentir raiva em relação aos pares. É um traço comum que afeta crianças, adolescentes e adultos, apresentando diversos desfechos adversos ao longo da vida. O Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor (TDDH) é um novo diagnóstico que fora desenvolvido para classificar as crianças com manifestações crônicas e graves de humor irritado e crises de raiva na infância. Este diagnóstico fora construído a partir de descrições clínicas, com pouco suporte empírico para sua operacionalização no Manual Diagnóstico e Estatístico para Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM-5). Objetivo: Nesta tese exploramos novos critérios operacionalizados baseados em dados (coleta e análise de informações) e orientados clinicamente para o diagnóstico do TDDH em pré-adolescentes, adolescentes e também em adultos jovens. Método: O limiar clínico foi avaliado em três etapas: operacionalização sintomática, sindrômica e clínica. A operacionalização sintomática identificou a categoria de resposta de cada item do questionário “DAWBA” que separa um mau comportamento normativo de um indicador clínico (ou seja, sintoma). A operacionalização sindrômica identificou o número de itens de humor irritado e de crises de raiva que são necessários para identificar grupos de pré-adolescentes com altos níveis de sintomas. A operacionalização clínica comparou o impacto das regras E/OU para combinar humor irritado e crises de raiva nos níveis de prejuízo clínico e de psicopatologia. Resultados: Primeiramente, utilizamos dados do questionário “DAWBA” de 3.562 pré-adolescentes da “Coorte de Nascimentos de Pelotas”, 2004. Na operacionalização sintomática, identificamos que a maioria dos itens de humor irritados são normativos em suas categorias de resposta mais baixas e clinicamente significativos em suas categorias de resposta mais altas. Referente as crises de raiva, alguns itens foram indicativos de sintoma mesmo quando presentes apenas em um nível moderado, enquanto outros não indicaram sintomas em nenhum nível. Na operacionalização sindrômica, uma combinação de 2 de 7 indicadores de humor irritado e de 3 de 8 indicadores de crise de raiva capturaram com precisão um grupo de indivíduos com alto nível de sintomas. A análise da combinação de humor irritado e crises de raiva demonstrou aspectos não sobrepostos destas dimensões do TDDH, fornecendo suporte para a regra ‘OU’ (ou humor irritado OU crises de raiva) na operacionalização clínica. Nosso melhor critério para TDDH, estatisticamente construído, resultou em uma prevalência de 3% para este diagnóstico. Após, expandimos a mesma metodologia para investigar a irritabilidade em 1.705 adolescentes e adultos jovens da 3ª onda do Estudo Brasileiro chamado “Coorte de Alto Risco para Transtornos Mentais”. A análise de invariância demonstrou que os limiares para medir os sintomas de irritabilidade variam entre a adolescência e a idade adulta, exigindo, portanto, estratégias operacionais distintas para estas faixas etárias. Na operacionalização sintomática, os itens de humor irritadol foram considerados indicadores de problemas em sua categoria de resposta mais alta para ambos os grupos de idade. Para as crises de raiva, alguns itens foram considerados indicadores de problema mesmo nas categorias de resposta mais leves, enquanto outros não foram indicadores de problema em qualquer nível de resposta, com algumas diferenças entre os grupos de idade. Na operacionalização sindrômica, uma combinação de 3 de 8 sintomas de humor irritado e 1 de 10 sintomas de crises de raiva capturou com precisão um grupo de indivíduos com alto nível de sintomas no grupo de adolescentes; em adultos jovens, foram necessários 1 de 8 sintomas de humor irritado e 1 de 9 sintomas de crises de raiva. A análise da combinação de humor irritado e crises de raiva também demonstrou aspectos não sobrepostos destas dimensões do TDDH, fornecendo suporte para a regra ‘OU’ (ou humor irritado OU crises de raiva) na operacionalização clínica. Ao final, apresentamos as taxas de prevalência para 7 as combinações de distintas regras diagnósticas para nossas propostas diagnósticas para TDDH. Realizamos também uma análise de sintomas de irritabilidade retrospectiva e uma avaliação momentânea de sintomas usando os participantes da mesma coorte. Discussão: Em resumo, esta tese avança na construção de critérios baseados em evidencia e orientados para classificar clinicamente jovens e adultos com níveis prejudiciais de irritabilidade que possam necessitar de atenção clínica especializada.