Reconhecimento e negação : o não reconhecimento em organização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Rita de Cássia Trindade dos
Orientador(a): Meira, Fábio Bittencourt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257363
Resumo: A pesquisa versa sobre as possibilidades da luta por reconhecimento no contexto brasileiro. O referencial teórico é orientado pelo objetivo de construir um diálogo entre a institucionalidade resultante da formação sócio-histórica brasileira e a teoria da luta por reconhecimento de Axel Honneth. O processo de não-reconhecimento leva à hipótese de uma forma institucional da negação, o que, na linguagem honnethiana, leva ao problema da institucionalização do desrespeito social. A questão de pesquisa recai sobre as configurações do possível enfrentamento ao desrespeito social pelas vítimas, conduzindo à articulação de duas proposições. A primeira encontra na institucionalidade do (não)reconhecimento um núcleo normativo de afirmação e negação, e daí a produção do transitório permanente como lugar social de não-reconhecimento. A segunda lança mão da organização como ‘meio social disponível’ de compartilhamento e elaboração das experiências de desrespeito social capaz de mobilização e canalização do potencial de enfrentamento a negação do tecido social. A pesquisa de campo investiga um meio social disponível em que a exposição ao reconhecimento negativo é estruturante da criação de um campo intersubjetivo formado por “não-reconhecidos” e “perdedores” – figuras antitéticas à subjetivação do agente econômico no sistema competitivo capitalista. O neopentecostalismo aparece como campo privilegiado para esta observação. Os meios de comunicação de massa utilizados para transmissão de cultos e outras modalidades rituais são utilizados como dados para análise, bem como a realização de entrevistas semiestruturadas com integrantes de organizações evangélicas. O objetivo é analisar como as organizações evangélicas pentecostais possibilitam às vítimas do transitório permanente formas de enfrentar a institucionalidade do (não)reconhecimento. O método é o estudo caso com técnica de coleta e registro de dados a partir da observação não-participante, artesanato intelectual e entrevistas semiestruturadas seguidas de análise qualitativa dos dados. Os resultados apontam que as organizações pentecostais ocupam um espaço produzido pela institucionalidade do (não)reconhecimento, e, da perspectiva daqueles submetidos à negação, medeiam uma resposta efetiva às dificuldades e adversidades “desse mundo”. Observa-se, entretanto, que estas organizações tutelam o processo de reflexividade e a construção da ponte semântica de elaboração das experiências de desrespeito social, neutralizam o potencial de enfrentamento coletivo à institucionalidade do (não)reconhecimento – produzido pelo esgotamento das promessas de igualdade social e êxito individual – e reconduzem os sujeitos à ordem social vigente, sob um discurso de transformação e superação individual de problemas que são sociais.