Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Thomas |
Orientador(a): |
Pizzinato, Adolfo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Palavras-chave em Espanhol: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/233809
|
Resumo: |
De acordo com a Organização das Nações Unidas, o número de migrantes internacionais chegou à marca de 271,6 milhões em 2019, índice 56% superior ao do ano de 2000. Nesse período, o número de migrantes vivendo em países do sul global subiu de 40% para 43% do total mundial, o que indica o fortalecimento da dinâmica migratória sul-sul. Nesta última década o Brasil tornou-se um dos países visados por diversos fluxos migratórios, entre eles o fluxo haitiano, principalmente a partir de 2010. O objetivo desta dissertação foi compreender como ocorrem as inserções sócio-escolares de crianças e adolescentes haitianas em Porto Alegre/RS. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa, em contexto naturalístico, a partir do estudo de 5 casos de crianças (8 a 13 anos) haitianas em uma escola de periferia da cidade. Foram feitas entrevistas abertas com as crianças com utilização de recursos lúdicos e artísticos e entrevistas semi-dirigidas com suas professoras entre 2019 e 2020. Os dados foram analisados com base na Análise Temática. Nas entrevistas, as crianças demonstraram interesse em falar sobre o processo migratório, ainda que nem todas compreendessem porque tiveram que migrar. Elas refletiram sobre conflitos e contradições da sociedade brasileira e mostraram-se dispostas a aprender a língua e a cultura local, sem abandonar a bagagem que carregam do Haiti. A equipe docente da escola, por sua vez, diante da falta de suporte institucional, toma a iniciativa de tentar acolher as crianças migrantes e promover a integração, ainda que por vezes a partir de um paradigma assimilacionista, com a crença de que elas deveriam esquecer elementos culturais do país de origem. Os colegas atuam como facilitadores fundamentais para a inclusão dos pares migrantes no novo ambiente. Entretanto, coexistem processos de discriminação e exclusão social na escola e na comunidade, nas quais o xenorracismo atravessa as relações estabelecidas e ajuda a elucidar a condição de isolamento dessas crianças. A pandemia de COVID-19 produziu grandes impactos nas inserções sócio-escolares das crianças migrantes e de suas famílias. |