Secagem natural e disposição final de lodos de estações de tratamento de água

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Aboy, Nuria
Orientador(a): Bidone, Francisco Ricardo Andrade
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/205872
Resumo: No presente trabalho, estudou-se em escala de laboratório a desidratação natural de lodos de ETAs, com a utilização de leitos de secagem com meios drenantes/filtrantes constituídos por areia e/ou mantas geotêxteis. O desempenho dos leitos montados em recipientes plásticos e em copos becker de volumes conhecidos, foi avaliado através do controle de parâmetros como umidade e alumínio total no lodo, e pH, DQO, cor, turbidez e alumínio total no líquido drenado. Adicionalmente, realizou-se incursões no lodo, analisando-se macro e micronutrientes. Os leitos foram constituídos por areia de granulometria variável, com espessura de 16, 23 e 30 cm, respectivamente, em uma primeira fase do experimento; em um segundo momento, utilizou-se leitos com mantas geotêxteis não trançadas de fabricação nacional (mantas XT-4, OP-20, OP-3O, OP-40 e OP-60); em um terceiro momento da experimentação, utilizou-se leitos de areia com mantas geotêxteis. A taxa de aplicação de lodo nos leitos foi da ordem de 0,30 m3 /m2, e este foi proveniente da ETA São João/Navegantes, operada pelo DMAE em Porto Alegre/RS. Nos leitos com meio drenante/filtrante de areia, foram utilizados o lodo velho que ficou estocado/conservado por aproximadamente 30 dias antes de sua disposição para secagem, e o lodo novo, aplicado nos leitos logo após sua retirada do decantador. Após a desidratação nos leitos de secagem constituídos por areia, os lodos desidratados foram submetidos a urna sistemática de rega por soluções ácidas ( pH 6,5, 5,0 e 2,5 ), por um período de 15 dias, visando-se observar a possível solubilização/lixiviação do alumínio, na ocorrência eventual de chuvas ácidas, comprovadamente observadas na Região Metropolitana da grande Porto Alegre. Finalmente, o liquido drenado durante a fase de desidratação em leitos constituídos por mantas geotêxteis foi aplicado sobre composto orgânico urbano, reproduzindo-se a aplicação de líquidos em solos, com a finalidade de observar-se a atenuação do alumínio pelas propriedades adsortivas e quelantes que apresenta a matéria orgânica humificada. Os resultados mostraram que os leitos de secagem são uma excelente alternativa para a desidratação de lodo de ETA. Os diferentes meios drenante/filtrante testados tiveram pouca interferência na carga de alumínio nos líquidos drenados, influenciando sim diretamente na qualidade do líquido percolado, em termos de cor, turbidez e DQO, e no tempo necessário para a desidratação, controlado pelos volumes coletados. O uso exclusivo de mantas geotêxteis reduziu o tempo de desidratação do lodo; no entanto, a qualidade do líquido drenado foi prejudicada, quando comparada com a dos leitos com meio drenante/filtrante de areia. A umidade final média de 80% na massa de lodo desidratada foi obtida praticamente em todos os meios drenante/filtrante testados. O lodo velho utilizado na primeira fase de operação permaneceu nos leitos de secagem com meio drenante/filtrante de areia por um período maior que o lodo novo; no entanto, a umidade final de massa de lodo desidratada foi a mesma. A aplicação de soluções ácidas sobre o lodo desidratado em absoluto favoreceu a solubilização/lixiviação do alumínio, presente em grandes concentrações na massa parcialmente seca. O composto orgânico urbano utilizado como instrumento de polimento do líquido percolado, mostrou-se definitivamente eficaz na atenuação do alumínio.