Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Marques, Cristina Charão |
Orientador(a): |
Guedes, Paulo Coimbra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/117118
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Resumo: |
Entender como jornalistas aprendem a ser jornalistas é um passo necessário para se enfrentar o conservadorismo intrínseco ao jornalismo, manifesto nos produtos jornalísticos e na defesa reacionária de seu cânone profissional – ser o espelho da realidade. Este trabalho pretende contribuir à compreensão do processo de ensino-aprendizagem do jornalismo, descrevendo-o para apontar possibilidades de intervenção que permitam abordagens renovadas do fazer jornalístico. Considerando que o jornalismo constitui-se como gênero do discurso global, como define Chalaby (1996), parte-se do princípio de que é através da aprendizagem deste gênero que se aprende a ser jornalista. Neste sentido, o trabalho articula as noções de sujeito e de gênero do discurso estabelecidas por Bakhtin (2000, 2006) para postular que a chave deste aprendizado – e, afinal, de qualquer gênero do discurso – está na constituição do sujeito do gênero: a forma com que o enunciador relaciona-se com a cadeia infinita de discursos e que é delimitada pelo gênero por meio do qual ele se põe a produzir textualmente. Sugere-se que o sujeito do gênero pode ser revelado na análise das formas do discurso citado. Assim, descreve-se o sujeito jornalístico e como este é apreendido por futuros jornalistas a partir de uma análise exploratória dos usos regulares e irregulares das citações em textos produzidos por aprendizes em uma situação de entremeio escola-redação: o Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado do Grupo Estado. Completam o quadro as regularizações promovidas pela jornalista-tutora. Os resultados apontam a ocorrência exclusiva de formas lineares do discurso citado e permitem descrever funções discursivas das citações: autorização, autenticação e verossimilhança. As irregularidades na apresentação do discurso citado provêm da dificuldade dos aprendizes de lidar com a necessidade imperativa de usar citações, enquanto as regularizações exigem o apagamento de raras referências subjetivas. Conclui-se que o sujeito jornalístico caracteriza-se por uma relação dogmática e funcional com os discursos de outrem. Indica-se que uma abordagem pedagógica que coloque em questão esta relação pode ser um caminho para, em salas de aula ou redações, repensar o fazer jornalístico. |