Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Thaís Maranhão de Sá e |
Orientador(a): |
Kruse, Maria Henriqueta Luce |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/239233
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Resumo: |
Introdução. Os memoriais são documentos que, “a próprio punho”, versam sobre a vida acadêmica, os méritos, as conquistas, entre outros motivos de orgulho de quem se propôs ocupar o topo da carreira universitária. Na náufraga rota da tese, os memoriais adquiriram a preciosidade que os documentos arquivados guardam a respeito de nós mesmos, enquanto sujeitos modernos. Mais do que acúmulo de histórias individuais e/ou coletivas dispostas ao longo do tempo, os memoriais apresentam um olhar sobre o espaço, sobre mares abertos de possibilidades investigativas. Diante de interrogações acerca de como nos tornamos o que somos em práticas de relatos de si, opta-se por fugir de explicações gerais, universais, típicas da pedagogia moderna e constrói-se uma tese sob o signo da inventividade. Esta, teve como objetivos constituir visibilidade para a prática do escrever acerca de si e problematizar como nos tornamos o que somos, a partir da interrogação: Como nos constituímos como sujeitos na prática da escrita acadêmica? Metodologia. Ensaio ético-estético sob perspectiva dos estudos foucaultianos, da intertextualidade com autores/as nas áreas de Filosofia, Educação, Artes, Ciências Humanas, além da Enfermagem, imbrincados com a arte contemporânea de Adriana Varejão. Utilizou-se 16 memoriais de docentes titulares da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição (no 19396619.9.0000.5347). Os autores e autoras dos memoriais validaram os excertos a partir da leitura da tese na íntegra. Como resultados e discussão, foram elaboradas quatro incisões (tópicos) que versam sobre a constituição de sujeitos autobiográficos, sujeito autores, sujeitos que fabricam verdades sobre si e sujeitos ético-estéticos. Nas análises é problematizada a formação de identidades profissionais, a produção de verdades sobre si na forma de narrativas autobiográficas e que vão produzir sujeitos de conhecimento como manifestação da produção de poder na relação do sujeito consigo mesmo. Os memoriais acadêmicos são vistos como práticas de constituição de sujeitos que dizem a verdade sobre si mesmo, que operam na produção de regimes de verdade e poder sobre si e produzem modos de subjetivação, que se articulam a outros regimes de verdade, como as regras institucionais- jurídicas, modos de produção acadêmicas, princípios morais e de conduta. Na atitude ético-estética, os indivíduos são interpelados por marcas, incômodos que vibram em si, a partir da relação com o outro, na prática da escuta, na sensibilidade ao sofrimento humano nos espaços institucionais, que vão lhes constituindo como sujeitos ético-estéticos. As escritas de memoriais podem ser vistas como exercícios espirituais que carregam a potência prática de formar, mais do que a de informar. Prática de estética da existência na qual sujeitos tornam-se o que são, quando se manifestam como objetos de sua própria obra. As considerações finais dedicam-se às reflexões da própria pesquisadora acerca das heranças que a constituíram na trajetória dos estudos na Enfermagem e aponta para a importância de reflexões sobre como temos nos constituído como sujeitos e o preço da fabricação de nossas verdades. |