Incidência de síndrome de realimentação em pacientes com terapia nutricional parenteral total em um hospital de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cony, Karina de Vargas
Orientador(a): Francesconi, Carlos Fernando de Magalhães
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202521
Resumo: Introdução: A Síndrome de Realimentação ocorre com a reintrodução da alimentação após grandes períodos de jejum ou em indivíduos gravemente desnutridos. O desenvolvimento desta condição não é raro, mas é negligenciado na maioria dos casos. Objetivo: Identificar a incidência com que ocorre a síndrome de realimentação nos pacientes hospitalizados em uso de nutrição parenteral total e fatores de risco que podem estar associados a esta condição. Materiais e Métodos: Estudo de coorte, observacional, retrospectivo e prospectivo. Foi calculado o tamanho da amostra resultando em 97 pacientes. A coleta foi realizada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período 2015 a 2018. Os dados foram coletados de forma consecutiva a partir do prontuário eletrônico. Foram incluídos todos os indivíduos internados, maiores de 18 anos que tiveram prescrição médica de Nutrição Parenteral Total e foram excluídos do estudo, pacientes com cetoacidose diabética; em terapia renal substitutiva ou doença renal crônica com taxa de filtração glomerular < 30 mL/min; com acidose metabólica grave ou qualquer doença que pudesse afetar os níveis séricos de fósforo. Para o diagnóstico de síndrome de realimentação considerado foi a redução dos níveis séricos de fósforo de no mínimo 0,5mg/dL abaixo do nível sérico de 2,0mg/dL, juntamente com a redução abaixo dos níveis séricos normais de potássio e/ou magnésio. A análise dos dados foi feita através do SPSS versão 20.0. Foi considerado um nível de significância de 5% para as comparações estabelecidas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto de Alegre (número 17-0313). Resultados: Foram coletados os dados de 108 pacientes. A incidência de síndrome de realimentação na nossa amostra foi de 43,3% (42 pacientes). Os fatores associados positivamente à síndrome foram uso de nutrição parenteral padrão (p<0,01), idade avançada (média de 62,8 versus 55,1) anos (p=0,013) e a quantidade de calorias totais administradas que foram 25,6kcal/kg/dia contra 23,6kcal/kg/dia para os pacientes com e sem a síndrome respectivamente (p<0,01). Conclusão: A incidência de síndrome de realimentação em indivíduos que utilizam nutrição parenteral total é elevada. A oferta de calorias totais em maior quantidade na primeira semana de terapia nutricional, a ausência de eletrólitos na solução de nutrição parenteral e a média maior de idade foram fatores associados ao surgimento da síndrome de realimentação.