Avaliação dos corpos cetônicos no metabolismo energético em ratos machos e fêmeas durante o período neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Campos, Kiara França
Orientador(a): Netto, Carlos Alexandre
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/280449
Resumo: sistema nervoso central (SNC) tem a capacidade de alternar a utilização de diferentes substratos energéticos, sendo eles a glicose, corpos cetônicos (CC) e lactato. Em situações hipoglicêmicas, essa alternância evita prejuízos no metabolismo celular e futuros déficits cognitivos, motores, ou até mesmo à morte. Dados da literatura confirmam a existência de diferenças morfológicas, comportamentais, bioquímicas e fisiológicas entre os sexos, indicando uma maior vulnerabilidade para o sexo masculino em relação aos distúrbios do neurodesenvolvimento. Assim, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o metabolismo energético, com enfoque na utilização CC, durante o neurodesenvolvimento de animais sadios e investigar possíveis respostas sexo-específicas. Para isso, foram utilizados ratos Wistar de ambos os sexos, nos dias pós-natais 1, 7, 14, 21 e 60. Foram realizadas, no hipocampo, análises bioquímicas focadas no imunoconteúdo dos transportadores de CC (MCT1, MCT4, MCT2) e glicose (GLUT1 e GLUT3). Além disso, foi feita a dosagem de glicose, lactato e beta-hidroxibutirato (BOHB) no hipocampo, no soro e no líquido cerebrospinal. Após, estimativa da a utilização do BOHB como substrato energético, foi medida a atividade da enzima beta-hidroxibutirato desidrogenase (BHD) no fígado e no hipocampo. Para a análise morfológica das células neurais e os seus respectivos transportadores no hipocampo, foi realizada a dupla marcação por imunofluorescência conforme segue: oligodendrócitos com MCT1 e GLUT1, astrócitos com MCT4 e GLUT1, e neurônios com MCT2 e GLUT3. Nossos resultados evidenciam que, até a primeira semana pós-natal, o lactato e o BOHB acumulados durante o período gestacional tardio foram responsáveis por manter o metabolismo energético cerebral. Devido à lactação, os animais no DPN14 utilizaram principalmente o BOHB como substrato, seguidos por uma fase de transição durante o desmame. Além disso, foi confirmado que os animais adultos apresentaram um predomínio glicolítico. Por fim, as fêmeas apresentaram maior imunoconteúdo de MCT2 e GLUT3, o que pode resultar em maior eficiência na captação e utilização dos substratos energéticos, e garantir uma vantagem metabólica, em relação aos machos, frente a insultos cerebrais. Além de confirmar a alternância de substratos durante a maturação cerebral, essas descobertas ressaltam que as fêmeas utilizam de forma mais eficiente as moléculas energéticas. Isso confere vantagens relacionadas ao dimorfismo sexual na prevenção de deficiências metabólicas em diferentes estágios do desenvolvimento cerebral.