Adaptação ao português brasileiro e aplicação do Índice Prototípico de Melancolia de Sydney (SMPI) em amostra de pacientes deprimidos ambulatoriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Messinger, Mateus Frizzo
Orientador(a): Fleck, Marcelo Pio de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204253
Resumo: Introdução: A Depressão Maior (DM) agrupa apresentações clínicas heterogêneas. A hipótese binária propõe que melancolia seria melhor caracterizada como um transtorno afetivo distinto da depressão não-melancólica. Novas medidas surgiram nas últimas décadas para auxiliar nessa distinção. O Sydney Melancholia Prototype Index (SMPI) é um instrumento que utiliza uma estratégia prototípica para avaliar a melancolia. O SMPI possui duas versões, uma auto-aplicável pelo paciente (SMPI-SR) e outra aplicada pelo avaliador (SMPI-CR). Esta dissertação tem por objetivo realizar a tradução, adaptação transcultural e estudar o desempenho do SMPI em comparação com outras abordagens tradicionais de avaliar melancolia. Métodos: A dissertação é composta por dois artigos. O primeiro descreveu os processos de tradução e adaptação transcultural conforme proposto pela International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR). O segundo artigo descreveu a aplicação do SMPI em pacientes depressivos ambulatoriais do Programa de Transtornos de Humor do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, sendo os resultados analisados quanto a concordância por kappa entre as duas versões de SMPI entre si e com DSM-IV e CORE≥8, quanto a correlação por teste-t com HAM-D17, HAM-D6 e CORE e avaliação de concordância teste-reteste por kappa. Resultados: As versões traduzidas e adaptadas do SMPI foram bem recebidas pelos respondentes. O instrumento SMPI-CR mostrou concordâncias significativas, mas baixa com SMPI-SR (kappa 0,21), baixa-moderada CORE≥8 (kappa 0,33) e moderadas com DSM-IV (kappa 0,44). Pacientes melancólicos de acordo com o SMPI-CR apresentaram escores significativamente maiores no CORE (Tamanho do Efeito [ES]: (0,83 p≤0,001), HAM-D17 (0,46 p = 0,049) e HAM-D6 (0,65 p = 0,002). A análise do SMPI-SR mostra diferença significativa apenas para o HAM-D6 (ES: 0,53 p = 0,035). Prevalências de melancolia foram DSM = 56,6%, CORE≥8 31,4%, SMPI-CR 31,1% e SMPI-SR 19,8%. As respostas do processo de pontuação da SMPI pelos avaliadores tiveram distribuição semelhante às encontradas no instrumento original. A avaliação teste-reteste mostrou concordâncias significativas de 0.393 (p=0.003) para SMMPI-CR e 0.267 (p=0.045) para SMPI-SR. Discussão: A versão brasileira do SMPI apresentou equivalência semântica com a versão original em inglês. A avaliação concorrente do SMPI com outros instrumentos mostrou desempenho adequado, maior com a SMPI-CR, com capacidade de distinção de pacientes com protótipo melancólico.