Termotectônica fanerozoica da província Mantiqueira e crátons adjacentes e sua relação com a evolução de zonas transicionais na margem continental brasileira

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Santos, Edgar Amaral
• Orientador(a): Jelinek, Andrea Ritter
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Termocronologia; Traços de fissão; Apatita; Cinturão Dom Feliciano; Craton São Francisco; Província Mantiqueira (Geologia)
• Palavras-chave em Inglês: Mantiqueira Province; São Francisco Craton; Araçuaí Belt; Dom Feliciano Belt; Thermochronology; Apatite fission track; Apatite and zircon (U-Th)/He
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272988

A Província Mantiqueira é o sistema orogênico resultado do amalgamento de blocos cratônicos pré-Neoproterozoicos que formaram o supercontinente Gondwana durante eventos colisionais do Neoproterozoico ao Ordoviciano. Os crátons são nomeados Crátons São Francisco, Rio de la Plata e Luís Alves, enquanto os cinturões orogênicos são, de sul para norte, o Cinturão Dom Feliciano, Faixa Ribeira e Faixa Araçuaí. Além desses domínios essencialmente pré-cambrianos, encontram-se bacias sedimentares Paleozoicas a Cenozoicas sobre a Plataforma Sulamericana e as que compõem a margem continental, datadas do Meso ao Cenozoico. Algumas regiões desses cinturões próximos à margem continental comportam-se como regiões transicionais de diversas naturezas, como reológica, topográfica e termocronológica. Este trabalho tem como objetivo compreender a evolução tectonotermal de duas dessas regiões transicionais entre Província Mantiqueira e crátons adjacentes durante o Fanerozoico, utilizando para isso três termocronômetros de baixa temperatura: traços de fissão em apatita (TFA), (U-Th)/He em apatita (AHe) e zircão (ZHe). O uso combinado desses métodos permite obter dados térmicos dos quilômetros superiores da crosta e estimar idades de resfriamento. As idades das amostras deste trabalho para o método de ZHe são datadas do Paleozoico, enquanto as idades de TFA e AHe são Mesozoicas e Cenozoicas. Além disso, a partir das idades e dados térmicos, com a construção de modelos inversos em softwares especializados, foi possível determinar diversos episódios de resfriamento e reaquecimento, determinar taxas de denudação e espessuras de seções denudadas e construir modelos geodinâmicos para cada uma dessas regiões. A região composta pela litosfera do Cráton São Francisco apresentou as idades mais antigas e registrou dados térmicos do Paleozoico, enquanto a Faixa Araçuaí iniciou esse registro apenas no Mesozoico, evidenciando um forte controle reológico entre esses domínios. A erosão das ombreiras do rifte durante o Mesozoico também foi registrado nas Faixas Araçuaí e Ribeira norte e praticamente ausente no Cráton São Francisco. Ainda, observou-se que a presença de intrusões ígneas, diques alimentadores e a reativação de falhas, zonas de cisalhamento e zonas de fraturas de direção NW-SE e E-W auxiliaram na manutenção de temperaturas elevadas, gerando as idades mais jovens obtidas, o que torna a análise das regiões transicionais importantes na compreensão da evolução Fanerozoica da Província Mantiqueira.