Ecologia espaço-temporal de populações de Leopardus wiedii (Schinz, 1821) em áreas do sul da Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Horn, Paula Elisa
Orientador(a): Tirelli, Flávia Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212846
Resumo: O gato-maracajá (Leopardus wiedii) é um pequeno felídeo neotropical arborícola que parece ser dependente de florestas. Esta espécie está distribuída, em grande parte, no bioma Mata Atlântica, e possui características ecológicas ainda pouco conhecidas. Neste estudo, estimamos a densidade populacional e investigamos os padrões deatividade de populações de gato-maracajá em áreas com diferentes tipos de habitats e perturbações antrópicas no extremo sul do bioma Mata Atlântica. Nossa hipótese é que os padrões de densidade e atividade irão diferir entre as áreas em resposta a diferenças na cobertura florestal e perturbação antrópica.Entre os anos de 2017 e 2019, coletamos os dados em seis áreas, através de armadilhamento fotográfico.Nós empregamos o mesmo esforço (dois meses) e arranjo amostral (20 estações, constituídas por duas armadilhas fotográficas cada,não-iscadas e instaladas até 1 km de distância) em cada uma das áreas. Como resultado, obtivemos 66 registros de gato-marcajá, duas áreas foram removidas das análises devido aos poucos registros obtidos (n=2 para ambas). Avaliamos os potenciaisefeitos de fatores ambientais, incluindo os antrópicos, sobre as populações do gato-maracajácomparando nove modelos de captura-recaptura espacial relativos àdensidade, taxa de detecção e uso espacial. As estimativas de densidade domelhor modelo variaram de 9.6±6.4 indivíduos/100km², em uma área de maior perturbação humana, até 37.4±15.1 indivíduos/100km² em uma área mais preservada. Este modelo também indicou umainfluência positiva esignificativa da cobertura vegetalsobre densidade da espécie, reforçando a hipótese da sua dependência florestal. O padrão de atividade do gato-maracajá foi significativamente noturno para todas as áreas. Sua atividade foi sobreposta com espécies relacionadas a atividades humanas e com jaguatirica, Leopardus pardalis; encontramos um coeficiente moderado de sobreposição temporal com animais domésticos (cães domésticos e gatos) possivelmente associado à maior perturbação humana. Este representa o primeiro estudo de densidade e padrão de atividade de gato-maracajá realizado em multi-áreas no extremo sul da Mata Atlântica, destacando a importância da cobertura vegetal para esta espécie e revelando que algumas áreas antropizadas também são relevantes para a implementação de ações de conservação da espécie.