Modelando densidade e recrutamento de duas espécies de roedores da Caatinga durante maior evento de seca dos últimos 40 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barreto, Rebeca Mascarenhas Fonseca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4953
Resumo: O avanço de estudos abordando questões da taxonomia e filogeografia de espécies de roedores que habitam as áreas semiáridas do Domínio morfoclimático e fitogeográfico das caatingas deu início a uma série de questionamentos sobre as estratégias ecológicas na dinâmica populacional desse grupo, e em específico, nesse importante domínio caracteristicamente brasileiro. Pesquisas em ambientes áridos e semiáridos em outras partes do mundo indicam que as populações de pequenos roedores podem sustentar níveis extremamente baixos de densidade e de crescimento populacional por longos períodos. Isto acontece principalmente durante eventos extremos de seca, quando as precipitações médias anuais caem de forma distinta daquela observada normalmente para uma referida região/bioma ou área. Assim, o regime de chuvas é um fator chave para o entendimento desse processo, uma vez que estas estimulam a produção primária alterando espacialmente o habitat e a produção de recursos. No presente trabalho realizamos, num primeiro momento, uma revisão teórica objetivando conferir o atual conhecimento sobre a ecologia dos pequenos roedores do domínio das caatingas. Nos dois capítulos seguintes foram analisados, através de modelagem de captura-marcação-recaptura tradicional e espacialmente explicita, os processos que podem afetar a sobrevivência, o recrutamento e a densidade de duas espécies de roedores durante um evento de seca associados a Oscilação Sul El Niño (OSEN) entre os anos de 2012 e 2015. No trabalho de revisão, verificamos que as publicações de destaque são aquelas de Sistemática Filogenética e Taxonomia, sendo os estudos com Ecologia ainda escassos. Assim, observamos que existem brechas no conhecimento básico da fauna de roedores do domínio das Caatingas que precisam ser preenchidas. Logo, a prioridade atual seria focar em estudos que investiguem as relações ecológicas e os processos que moldam as histórias de vida dos roedores das Caatingas diante dos eventos de mudanças climáticas globais. Para analisar parte desses processos escolhemos duas espécies de roedores do semiárido brasileiro, o equimídeo punaré (Thrichomys laurentius) e o cricetídeo rato-palhaço (Wiedomys pyrrhorhinos), ambos endêmicos da caatinga. Encontramos evidências de que as chuvas pontuais são um dos mais importantes efeitos exógenos para manutenção de taxas demográficas a níveis que sustentem as populações dessas duas espécies de roedores durante o período de realização deste estudo. Contudo, essas espécies usam estratégias diferentes para a manutenção das populações a longo prazo, mesmo sob taxas extremamente baixas de crescimento populacional. Constatamos que essas espécies também apresentam diferentes estratégias para ocupação espacial do habitat entre as estações nas quais observa-se períodos de seca e chuva. Porém, para ambas as espécies, as densidades populacionais variaram espacialmente, indicando a ocupação de micro refúgios mais favoráveis durante a seca. Assim, o entendimento dos processos climáticos pontuais e dos processos que regem a seleção de micro refúgios em pequenos roedores do domínio das Caatingas são pontos chave para o entendimento da dinâmica populacional e da manutenção das populações desse grupo durante eventos de seca