Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Migliavacca, Adriano Moraes |
Orientador(a): |
Garcia, Rosalia Angelita Neumann,
Pereira, Lawrence Flores |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/76225
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Resumo: |
O cenário da poesia moderna de língua inglesa congrega uma série de autores ingleses e norte-americanos que criaram obras com estilos, formas, problemáticas e visões de mundo altamente diversificados. Uma ampla gama de recursos linguísticos e estéticos foi desenvolvida, incluindo o uso da colagem, a sintaxe fragmentada, o verso livre e a linguagem coloquial algumas vezes intercalada com a solene. Dentre tais autores modernos, o poeta norte-americano Hart Crane se destaca por sua obra poética de alta originalidade e complexidade e suas perspectivas estéticas bastante individualizadas. Em sua obra, Crane articulou recursos e referências literárias e filosóficas variadas. Sua poesia se caracteriza por uma versificação que contempla do pentâmetro iâmbico branco elisabetano ao verso livre moderno; uma sintaxe que se distancia da língua falada com inversões e rupturas; um vocabulário eclético que une arcaísmos a neologismos; uma retórica rica em figuras de linguagem; e um ideário simbólico e temático compreendendo as ideias e imagens místicas e metafísicas do simbolismo francês e a exploração de sentimentos individuais do romantismo inglês. Além desses referenciais, Crane foi particularmente inspirado e instigado pelo poeta norte-americano moderno T. S. Eliot, cuja erudição e domínio de técnicas como a colagem e o verso livre Crane tinha como modelo, mas de cujas perspectivas estéticas classicistas e tradicionalistas e visões da modernidade pessimistas Crane discordava e tentou refutar. Assim, Crane concebeu sua obra poética em grande parte como uma resposta à de Eliot, buscando antepor ao seu pessimismo uma visão mais otimista, postulando uma espiritualidade própria à experiência moderna, que, segundo Crane, deveria ser explorada e registrada pelo poeta. Para tal, Crane desenvolveu uma teoria estética pessoal que enfatizava a subjetividade e as experiências do próprio poeta assim como a tradição literária, englobando, entre outros, elementos da filosofia transcendentalista norte-americana. Esse empreendimento resultou em uma obra breve, porém rica, cuja complexidade foi muitas vezes reprovada como excessiva ou confusa, mas cuja influência e interesse vêm aumentando nos anos após sua morte. Este estudo oferece uma apresentação das principais características da obra poética e das perspectivas estéticas de Hart Crane, centrando-se na análise formal e temática e em uma tradução para o português da sequência de poemas intercalados conhecida como “Voyages”, presente no primeiro livro de Crane, White Buildings, e geralmente considerada uma de suas principais obras. Alguns dos mais significativos poemas de Crane são estudados à luz de suas próprias teorias estéticas e das avaliações de críticos com perspectivas variadas, como Allen Tate, Yvor Winters, R. W. B. Lewis, Margareth Uroff, Thomas Yingling e Lee Edelman, entre outros. Buscam-se uma compreensão de sua obra e a apresentação em língua portuguesa de um de seus principais trabalhos líricos com o objetivo de familiarizar o leitor e o estudioso brasileiro com as obras e ideias de um poeta de língua inglesa cuja importância vem sendo atestada ao longo dos anos. |