Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Tubino, Carmela de Lima |
Orientador(a): |
Moschen, Simone Zanon |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/165487
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Resumo: |
A tessitura deste texto tem seu início no encontro com a obra de Antonin Artaud e nas inquietações que surgem da experiência de uma leitura que se dá como se uma escuta fosse. Escuta-leitura que recolhe nas construções do poeta efeitos de testemunho acerca do momento de queda do sujeito, de desenlace da estrutura, tempo de soltura entre voz e palavra, quando o que emerge é o grito. Percorro, para isso, um caminho de leitura que se pretende um ensaio de escuta da narrativa de Antonin Artaud. Narrativa depositada nas cartas escritas por ele ao longo do seu período de internamento nos manicômios franceses entre os anos de 1937 e 1946. Leitura que toma as cartas como recorte norteador da pesquisa, mas que se mantém em interlocução com elementos de outras produções do poeta que se enlacem à escrita das correspondências. Diante do enclausuramento manicomial, das camisas de força, do eletrochoque, Artaud resistia amarrado à arte. O teatro irá compor um dos principais espaços fora da lógica manicomial. O artista, nas cartas, no teatro, nos poemas ou nos autorretratos, vive a busca por encontrar uma forma de transcrever o que é da ordem do grito. Este estudo acerca da voz e das tentativas de escritura do inominável conduz a uma pergunta auxiliar sobre o corpo. Questão que emerge na experiência clínica ao encontrar, no lugar de palavras articuladas a uma trama discursiva, algo que dá a ver a história de um sujeito através do que no corpo se cifra. Para compor essa trama entre o texto artaudiano e os interrogantes que emergem da clínica, busco nos fios da psicanálise a lalangue – articulador teórico que, em minhas elaborações, enlaça corpo e palavra, voz e escrita. É a partir de lalangue que me inclino em direção à obra de Artaud. Artaud encenou, desenhou, escreveu, gritou o grito. E assim, o grito, vestígio de real que irrompe na cadeia associativa em razão da desarticulação do discurso, pode fazer algo de uma travessia: do vazio da voz desancorada da palavra em um momento de queda do sujeito para um espaço/tempo de endereçamento e existência. Existência que se sustentará corporificada na obra de Artaud. |