Osteossarcoma em cães : caracterização clínico-patológica e avaliação de fatores prognósticos histopatológicos e de imuno-histoquímica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guim, Tainã Normanton
Orientador(a): Sonne, Luciana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248488
Resumo: Neoplasias em animais domésticos são afecções crescentes em medicina veterinária, especialmente devido ao aumento da longevidade destes animais e aos melhores métodos de diagnóstico. Em cães, os tumores ósseos são relativamente comuns e o osteossarcoma, representa 85% das neoplasias ósseas diagnosticadas nesta espécie. Este trabalho teve como objetivo descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos do osteossarcoma canino de 2006 a 2018 e avaliar fatores prognósticos associados ao neoplasma. Os materiais e métodos aplicados e resultados obtidos foram apresentados em dois artigos científicos. O primeiro artigo descreve os aspectos epidemiológicos e patológicos de 36 casos de osteossarcoma extraesquelético em cães. No período analisado, 2006 a 2016, o osteossarcoma acometeu os tecidos moles em 16,7% dos casos. As fêmeas, com média de 10,4 anos de idade e peso médio de 19,5 kg foram mais acometidas. Não houve predisposição racial. Os principais locais foram: glândula mamária (80,6%), tecido subcutâneo (5,6%) e fígado (5,6%). Na histologia, os osteossarcomas osteoblásticos (61,1%) de grau II e III foram os mais frequentes. Metástases nodais ocorreram em 21,4% dos casos na mama. Metástases distantes ocorreram nos pulmões (57,1%), fígado (14,3%), baço (14,3%) e em múltiplos sítios (14,3%). Metástases pulmonares foram mais frequentes em cadelas com osteossarcoma de glândula mamária. O segundo artigo descreve os aspectos clínico-patológicos de 153 casos de ostessarcoma apendicular em cães, dos quais os dados de sobrevida de 22 caninos submetidos a intervenções cirúrgicas e à quimioterapia foram confrontados estatisticamente com os dados clínicos, histopatológicos e imuno-histoquímicos para correlação prognóstica. No período analisado, 2008 a 2018, o osteossarcoma acometeu o tecido ósseo em 83% dos casos e deste, 82% envolviam o esqueleto apendicular. A média de idade foi de nove anos e o peso médio de 33,4 kg. Não houve predileção sexual. A raça pura mais acometida foi o Rottweiler (42%). Os principais locais acometidos foram: úmero proximal (95%), fêmur distal (70%), rádio distal (96%) e tíbia proximal (56%). Na histologia, o subtipo osteoblástico foi o mais frequente (57%). Metástases nodais ocorreram em 14% dos casos. Metástases distantes ocorreram em 75% dos casos, nos quais o pulmão (43%) foi o principal órgão acometido. Quanto à análise de fatores prognósticos, o peso, idade, sexo, membro e osso afetado, classificação histológica, contagem mitótica e grau histológico não influenciaram na sobrevida (p > 0,05). Neoplasmas na extremidade proximal dos membros tiverem uma tendência a um pior prognóstico (p=0,06). Para estes casos, a taxa de sobrevida em um ano foi de 14,3%, enquanto que na extremidade distal a taxa foi de 46,7%. Não houve diferença significativa em relação à sobrevida quando utilizadas as técnicas de amputação ou preservação do membro, desde que associadas à quimioterapia (p=0,20). A sobrevida para estes casos variou de 73 a 1185 dias e a média foi de 394 dias. Todos os casos apresentaram marcação citoplasmática para osteopontina, porém a intensidade e o percentual de células neoplásicas marcadas não influenciaram na sobrevida (p > 0,05). Em 80% dos casos com metástases deste estudo houve marcação acentuada para osteopontina.