Expressão das proteínas Vimentina, Osteocalcina, Sparc, HER-2, MMP2 e MMP9 em osteossarcoma canino: implicações prognósticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ronconi, Mario Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27372
Resumo: O osteossarcoma é uma neoplasia maligna de alta agressividade, desenvolvimento rápido e que metastatiza em pouco tempo tanto em humanos quanto em cães. Apesar dos esforços no tratamento, em ambas as espécies, os pacientes vêm a óbito devido a metástases pulmonares. Muitas pesquisas demonstram, por meio da imunohistoquímica, a expressão de diversas proteínas que podem apresentar implicações na progressão, migração e invasão tumoral, com reflexos no prognóstico e sobrevida do paciente. Baseado nestes estudos, o presente trabalho teve como objetivo avaliar, pela imuno-histoquímica, a expressão das proteínas vimentina, osteonectina (SPARC), osteocalcina, HER-2, MMP2 e MMP9 em amostras de osteossarcoma de cães, relacionando aos achados clínico-imaginológicos e ao prognóstico. O projeto foi aceito pela CEUA-UFF. Foram incluídos 55 animais. As amostras foram coletadas e processadas para histopatologia, imuno-histoquímica para os anticorpos supracitados no Laboratório de Anatomia Patológica Veterinária da Faculdade de Veterinária UFF, com análise estatística pertinente. O capítulo 1 aborda o estudo retrospectivo de 55 cães afetados pelo osteossarcoma (OSA) apendicular, descrevendo os achados epidemiológicos, radiográficos e histopatológicos. Observou-se 51% de fêmeas e 49% de machos. A média de idade foi 9,05 anos e a metáfise proximal de úmero foi o local mais afetado. As imagens radiográficas apresentaram padrões esclerótico, lítico e misto, este último sendo predominante. Histopatologicamente, o subtipo OSA osteoblástico produtivo foi o mais frequente, com o percentual de matriz osteóide neoplásica produzida pelo tipo de osteossarcoma refletindo na imagem radiográfica. Os achados foram semelhantes aos descrito na literatura, mas associado as relações existentes entre o subtipo de osteossarcoma e as implicações na imagem radiográfica. O capítulo 2 avaliou a imunoexpressão da proteína HER-2 em 35 amostras de OSA canino apendicular. 74% das amostras apresentaram score máximo de marcação para HER-2 (+3) e quase 90% dos casos foram considerados como tendo aumento da expressão de HER-2. Apenas uma amostra foi negativa. Houve diferença estatística entre o score de HER-2 na porção trabecular e na porção mesenquimal do tumor, está sendo determinante no score final de imunomarcação de HER-2 no OSA canino, devendo-se atentar a isso no momento da coleta de material para esta avaliação. O capítulo 3 reporta a utilização da técnica de tissue microarray (TMA) em amostras OSA canino, validando o processo para avaliação da expressão das proteínas vimentina, osteocalcina e SPARC no sistema de contagem diferencial e para o receptor HER-2 no sistema de score. Foi montado um bloco de TMA com cinco cilindros de seis blocos com amostras doadoras. Para os anticorpos anti-vimentina e anti-osteocalcina, a representativa da amostra foi obtida com apenas um cilindro; no caso de anti-SPARC dois cilindros foram necessários, validando a técnica. O capítulo 4 avaliou a expressão de vimentina, SPARC, HER-2, MMP-2 e MMP-9 em amostras de osteossarcoma primário e suas respectivas metástases a partir de quatro casos necropsiados no LAPV-UFF. Observou-se scores de imunomarcação maiores nas metástases ou eventualmente iguais ao tumor primário. A imunomarcação evidenciou êmbolos metastáticos. Sugere-se que estas cinco proteínas sejam necessárias no processo de disseminação metastática, e ainda que, devido a diferença de intensidade observada, existam clones celulares heterogêneos dentro do tumor primário e alguns destes são capacitados para formação de metástases. O capítulo 5 considerou a imunoexpressão de vimentina, osteocalcina, SPARC, HER-2, MMP-2 e MMP-9 simultaneamente em 16 amostras de osteossarcoma primário apendicular. Na maioria delas, os scores de imunomarcação foram elevados, demonstrando superexpressão dessas proteínas. Conhecendo o papel de cada uma delas na biologia tumoral, os resultados sugerem que elas sejam primordiais na progressão do osteossarcoma, especialmente no desenvolvimento de metástases, conferindo valor prognóstico. Espera-se, com os resultados obtidos neste estudo, elucidar a implicação das proteínas avaliadas no desenvolvimento clínico e evolução do osteossarcoma em cães, auxiliando de modo translacional os estudos humanos.