Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, Bruna Cambrussi de |
Orientador(a): |
Mello, Renato Gorga Bandeira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/277130
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Resumo: |
O delirium é uma condição clínica caracterizada pela alteração aguda do estado mental, associada a distúrbio de atenção podendo comprometer, também, outros domínios da cognição. Essa condição está bastante associada ao envelhecimento e por tratar-se de estrato populacional mais vulnerável física e cognitivamente, tanto a prevalência e incidência de Delirium se tornam elevadas. Entretanto, a idade isoladamente não é variável de risco acurada para predizer risco de desenvolver disfunção cognitiva aguda, por isso há necessidade de se investigar outros fatores clínicos, neurológicos, assistenciais e ambientais que possam melhorar a predição desta complicação nosocomial que acarreta impactos significativos aos idosos, quer seja isoladamente ou através de clusters de variáveis e escores de risco derivados. Apesar de ferramentas de triagem diagnóstica estarem disponíveis e já validadas, escores preditores de risco ainda são inconsistentes e heterogêneos, mesclando variáveis clínicas com laboratoriais ou excluindo fatores sabidamente associados a maior risco de delirium. Diante disso, foi conduzido um estudo transversal aninhado a estudo de coorte prospectivo que teve como objetivo avaliar os fatores de risco para a delirium e investigar modelos de avaliação de risco a serem comparados, dos quais será derivado escore clínico de risco para estado confusional agudo. Foram selecionados pacientes acima de 65 anos que estavam em unidade de enfermaria há pelo menos 72 horas e após a sua inclusão no estudo foram aplicadas ferramentas para identificação de fatores de risco conhecidos na literatura e a identificação do delirium ocorreu por meio da aplicação dos critérios do DSM-5. Os dados foram coletados de forma consecutiva, sendo o desfecho determinado por profissional treinado e especializado na área de Medicina Interna e Geriatria. Análises uni e multivariadas foram conduzidas utilizando-se Regressão de Poisson Modificada com Estimador Robusto de Variância no pacote estatístico STATA versão 18.0. A partir das análises de associação, foram construídos modelos de predição de risco para delirium utilizando-se abordagem hierárquica. Primeiramente fatores intrínsecos dos participantes (idade e sexo) foram incluídos; na sequência fatores adquiridos (doenças e episódio de delirium prévio), seguidos de variáveis consequentes (funcionalidade e teste cognitivo). Finalizou-se o modelo testando risco atrelado a distintos motivos para hospitalização (causas infecciosas, neurológicas). Foram incluídos 275 participantes, a média de idade era de 75 anos e 50% eram mulheres. A prevalência de Delirium encontrada na população estudada foi de 25%. Foi encontrada associação de risco independente para Delirium com as variáveis: idade ≥75 anos, Índice de Comorbidades de Charlson≥6 pontos, pontuação na escala de Barthel abaixo de 60, escala de Lawton < 16 pontos, CFS ≥ 5, IQCODE ≥ 3,27, história de Delirium prévio, doença neurológica prévia, uso domiciliar de anticolinesterásicos, memantina e antipsicóticos, internação por causa neurológica e uso de antipsicótico na internação. Foram desenvolvidos 14 modelos preditores, e identificou-se modelo válido, com elevada capacidade discriminatória com AUC 0,85. Futuramente, o modelo precisa passar por validação externa e escrutínio psicométrico para, após, ser feita a proposição de calculadora de risco. |